Embaixadores britânico e russo recriam fotografia da II Guerra Mundial, levando a protestos do Irão
Embaixada da Rússia em Teerão defende imagem, dizendo que era apenas uma homenagem aos aliados, que decidiram em Teerão abrir uma segunda frente na guerra contra os nazis, com a invasão da Normandia.
Os embaixadores russo e britânico no Irão provocaram uma onda de protestos de Teerão depois da publicação de uma imagem recriando uma cena da altura da II Guerra Mundial.
Sentados nos degraus das escadas da embaixada russa na capital iraniana, os embaixadores, Simon Shercliff e Levan Dzhagaryan, recriaram uma imagem dos líderes Aliados – Estaline, Churchill e Roosevelt – na conferência de Teerão em 1943, altura em que o Irão estava ocupado por forças russas e britânicas.
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Javad Zarif, disse que a imagem, publicada no Twitter da embaixada russa em Teerão, era “muito pouco apropriada”, cita a BBC. “Será preciso lembrar que Agosto de 2021 não é nem Agosto de 1941 nem Dezembro de 1943?”, perguntou. “O povo iraniano mostrou – incluindo durante as negociações do JCPOA [sobre o programa nuclear] que o seu destino nunca pode ser sujeito a decisões de embaixadas estrangeiras ou poderes estrangeiros.”
A Rússia diz que apenas quis prestar tributo à luta das forças aliadas contra a Alemanha nazi, já que a conferência é lembrada como o momento em que os líderes concordaram em abrir uma segunda frente, a invasão da Normandia.
A embaixada russa sublinhou, ainda segundo a BBC, que a imagem “não tem um contexto anti-iraniano”. “O único significado desta fotografia é prestar tributo aos esforços aliados contra o nazismo durante a II Guerra Mundial”.
O Reino Unido e Irão têm trocado acusações mútuas sobre ataques a navios ao largo de Omã, incluindo a um petroleiro israelita que matou um britânico e um romeno e que Londres diz ter sido levado a cabo por Teerão.
O Irão está ainda sob atenção internacional por causa das negociações sobre o seu programa nuclear, que estão, para já, num impasse.
Irão e Rússia aproximaram-se recentemente em especial por terem interesses comuns na Síria, onde ambos apoiam o regime de Bashar al-Assad.