Equipas militares já fizeram acções de formação em 2490 lares

O objectivo destas acções de sensibilização contra a covid-19 é atingir as 2700 estruturas residenciais para idosos.

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Centro de Apoio Militar do Exército ao Covid Rui Gaudencio

Em nove meses, as Forças Armadas, em apoio ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, já actuaram em formação presencial em 2490 Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas, vulgo lares, de Portugal continental, das quais beneficiaram um total de 34756 funcionários. A informação do Estado-Maior General das Forças Armadas referente a meados de Julho, traduz uma intensificação deste tipo de acções.

Comparativamente, passou-se de 2279 sensibilização em Março para 2439 a 16 de Abril, sendo o objectivo declarado promover estas acções em 2700 lares. Nesta missão, estão envolvidas 130 equipas, 121 do Exército, cinco da Marinha e quatro da Força Aérea, no conjunto de 6098 militares dos três ramos: 5360 do Exército, 586 da Marinha e 152 da Força Aérea.

A sensibilização consiste na demonstração e formação em práticas de higienização e limpeza, estabelecimento de circuitos de circulação e no uso de equipamento de protecção individual, para contribuir para a segurança dos seus funcionários, utentes as e familiares. A ligação ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social é assegurada pelo Comando Conjunto para as Operações Militares, em Oeiras, através do Centro Logístico Conjunto. Os intervenientes têm formação ministrada pela Direcção de Saúde Militar, entidade que, após as acções in loco, promove, à distância, sessões para o esclarecimento de dúvidas.

Este é um dos aspectos do envolvimento das Forças Armadas na luta contra a covid-19, iniciado em 19 de Março do ano passado, um dia depois do Presidente da República ter declarado o primeiro estado de emergência. Então, os militares disponibilizaram tendas de campanha a unidades de saúde para a triagem de casos suspeitos e 2000 camas foram cedidas.

Numa primeira fase, este apoio, que aumentou a visibilidade das Forças Armadas junto da sociedade civil, passou também por colmatar falhas de abastecimento. Assim, o Laboratório Militar de Produtos Químicos e Farmacêuticos produziu gel desinfectante e testes.

Seguiram-se também acções de desinfecção em escolas e missões de formação em prisões. Numa fase posterior, uma equipa de especialistas militares desenvolveu para a Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo um modelo matemático de previsão de gestão de camas, que aumentou o horizonte de quatro dias para duas semanas. O que, num momento agudo da pandemia naquela área, facilitou o funcionamento em rede das unidades hospitalares do Serviço Nacional de Saúde.

Contudo, o envolvimento mais destacado foi o recurso às instalações clínicas militares para o atendimento de doentes com covid-19. A 15 de Março, os pólos de Lisboa e Porto do Hospital das Forças Armadas tinham recebido 1063 doentes. No Centro de Apoio Militar Covid do Exército, a funcionar no Hospital de Belém, em Lisboa, em acção conjunta de pessoal clínico militar e civil, este último requisitado pela ARS de Lisboa e Vale do Tejo, funcionou em complementaridade dos hospitais que estavam sobre pressão.

Do mesmo modo, nas estruturas de apoio à retaguarda de Évora e Coimbra — nesta através de parceria com a Cruz Vermelha, Estado e câmara — foram acolhidos, respectivamente, 215 e 43 doentes.

Ainda antes de o vice-almirante Gouveia e Melo ter sido nomeado pelo Governo para dirigir a task force da vacinação, tendo constituído uma equipa de 20 militares para a programação da campanha, as Forças Armadas também participaram noutra acção: o rastreio, que visa romper as cadeias de contágio da pandemia.

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