Caçadores contestam proibição da caça à rola e exigem compensações do Governo

ICNF anunciou na sexta-feira que, afinal, não é permitida a caça à rola-comum nos dias 15 e 22 de Agosto, que estava previsto no plano venatório anunciado em Maio.

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Rui Gaudencio/Publico

Surpreendidos com a decisão da passada sexta-feira do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) de suspender as duas primeiras datas em que era permitida a caça à rola-comum, a 15 e 22 de Agosto, os caçadores criticam a forma como o processo foi conduzido, repudiam a medida, e exigem “compensações para as zonas da caça”. E avisam: “Os caçadores portugueses e as entidades gestoras de zonas de caça têm razões para estar revoltados e indignados.”

Em comunicado, as organizações do sector da caça de primeiro nível consideram ter sido alvo de “falta de respeito e de lealdade” pela decisão “unilateral e inesperada” do Governo, que não fez “qualquer consulta e discussão”. E criticam o timing da decisão, “tomada a escassas duas semanas da abertura da caça à rola e quando o ‘dossier rola’ anda a ser discutido ao nível da Comissão Europeia há mais de um ano”.

As organizações lembram que o dossier foi discutido no final de Março, que teria sido o tempo ideal para tomar uma decisão destas e não numa altura em que, depois da publicação do calendário venatório a 10 de Maio, as entidades gestoras de zonas de caça já tinham definido os seus planos de exploração, incluindo “investimentos avultadíssimos” em medidas específicas para a rola-comum, e marcaram e venderam caçadas, e os caçadores já programaram viagens e reservaram hotéis.

Em Maio, tinham sido fixadas como datas de permissão da caça à rola-comum nos dias 15 e 22 de Agosto e 5 e 12 de Setembro durante o período da manhã até às 13h – para já, as últimas duas datas mantêm-se.

“Os prejuízos que esta decisão unilateral e inesperada vem trazer para as entidades gestoras de zonas de caça e para os caçadores é algo pelo qual o Estado português tem que se responsabilizar”, dizem os caçadores que avisam já que é inaceitável que o Governo queira usar para esta compensação o fundo de quatro milhões de euros que o Executivo anunciou na passada semana para compensar as entidades concessionárias pelos prejuízos causados pela pandemia na época de caça do ano passado – porque, até para isso, esse valor já “era escasso”.

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