Marilyn Manson quer arquivar o caso de agressão sexual relacionado com Esmé Bianco
A actriz britânica Esmé Bianco acusou o músico de agressões, inclusive sexuais. Mas, como os actos remontam a 2011, a defesa considera que, segundo a lei no estado da Califórnia, já prescreveram.
As várias denúncias sobre alegados abusos e agressões sexuais por Marilyn Manson deram origem a alguns processos contra o músico, apresentados pela actriz Esmé Bianco, pela antiga assistente pessoal, Ashley Walters, pela modelo Ashley Morgan Smithline e por uma quarta mulher que optou por permanecer anónima. Agora, os advogados de Manson apresentaram um requerimento para que o processo seja arquivado, argumentando que as alegações das quatro mulheres são “falsas” e fazem parte de um “ataque coordenado” de múltiplas mulheres.
No leque de 12 mulheres que denunciaram Brian Warner, o nome verdadeiro de Manson, esteve a sua ex-noiva Evan Rachel Wood. A actriz norte-americana, conhecida, em particular, pela participação na série Westworld, disse ter sido submetida a “abusos horríveis durante anos”, confirmando o nome do agressor a que se referiu quando criou o movimento #IAmNotOk.
Mais mulheres se seguiram, uma das quais Esmé Bianco (a Ros da série Guerra dos Tronos), que interpôs uma acção contra Manson, alegando que o músico a amarrou, lhe bateu e electrocutou-a, coagindo-a a ter relações sexuais que eram violentas e degradantes — por vezes, quando estava inconsciente ou incapaz de consentir de outra forma.
Só que as acusações de Bianco remontam a actos ocorridos em 2011 e, segundo a lei no estado da Califórnia, prescreveram sete anos depois, o que levou a defesa a pedir que o processo seja arquivado.
Nos papéis apresentados a um tribunal de Los Angeles, citados pela BBC, os advogados de Manson afirmam ainda que “não há um fragmento de prova” para apoiar as alegações, acusando as queixosas de “tentarem desesperadamente confundir o imaginário e a arte da persona do palco (…) com relatos forjados de abusos”. Além disso, a argumentação considera que as mulheres que o acusam estão “a procurar rentabilizar e explorar o movimento #MeToo”.
Na sequência das acusações contra Manson em Fevereiro, a editora discográfica com que trabalhava cortou relações.
Manson, de 52 anos, ficou conhecido pela criação de uma personagem de inspiração gótica. O nome do artista é uma junção do nome próprio da icónica actriz norte-americana Marilyn Monroe com o apelido do homicida Charles Manson, responsável pela morte da actriz Sharon Tate, na época grávida e casada com o realizador de cinema Roman Polanski.
Os concertos de Manson são conhecidos pela mescla de elementos góticos e satânicos com música de inspiração metal. Dois dos álbuns do artista chegaram a ser os mais vendidos na altura nos EUA. Algumas das mulheres que dizem que foram violadas pelo artista revelaram que eram antigas groupies e retrataram uma personagem sedutora, manipuladora, que as amarrava, ameaçava e obrigava ao consumo de drogas.
“Estou cansada de viver com medo de represálias, de calúnias e de chantagem”, escreve Evan Rachel Wood. Em 2009, em entrevista à revista Spin, Manson disse que tinha “todos os dias a fantasia de pulverizar” o crânio da actriz “com um martelo”.