Uma peça para Teresa Coutinho viver inteiramente

Solo é uma peça em que a actriz, encenadora e autora começa por identificar o ideal feminino com que cresceu para dele se tentar libertar, afirmando-se como mulher plena, sem espartilhos sociais ou sexuais. A sua estreia, prevista para esta semana, no TBA, Lisboa, fica adiada para mais tarde.

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Filipe Ferreira

Anuir, anuir, sorrir, seduzir com o olhar, anuir, acenar, escutar, desviar o olhar, seduzir de novo, sorrir, ajeitar o cabelo, anuir, confirmar, sorrir, esboçar uma resposta mas não deixar as palavras saírem, engoli-las, silenciar, calar, sorrir de novo, anuir uma e outra vez. É a repetição deste código de sedução e submissão que ocupa a enorme tela no Teatro do Bairro Alto (TBA, Lisboa, onde a peça estreará mais tarde, devido a um cancelamento de última hora) durante os primeiros minutos de Solo, o rosto de Teresa Coutinho entregue à repetição desta sequência aprendida de cor, instalada no corpo desde que a actriz, encenadora e autora se lembra, manejada com uma perícia de quem conhece estas armas e se assusta com elas.

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