Luís Filipe Castro Mendes: “O cúmulo da miséria é ninguém se lembrar de nós”
Se pudesse mudar alguma coisa, o poeta Luís Filipe Castro Mendes, antigo ministro da Cultura, admite que gostaria de ser “mais seguro de si” próprio e “menos confiante nos outros”.
Qual a sua ideia de felicidade perfeita?
Amar e ser amado.
Qual é o seu maior medo?
A solidão.
Na sua personalidade, que característica mais o irrita?
A lentidão a reagir.
E qual o traço de personalidade que mais o irrita nos outros?
A deslealdade.
Que pessoa viva mais admira?
Todas as que lutam contra as opressões e as injustiças.
Qual a sua maior extravagância?
Comprar demasiados livros.
Qual o seu estado de espírito neste momento?
Equilibrado.
Qual a virtude que pensa estar sobrevalorizada?
A insolência.
Em que ocasiões mente?
Quando é preciso para defender uma verdade.
O que menos gosta na sua aparência física?
Estar gordo.
Entre as pessoas vivas, qual a que mais despreza?
Todas as que vivem de negar aos mais fracos a sua dignidade.
Qual a qualidade que mais admira num homem?
A decência.
E numa mulher?
A inteligência.
Diga uma palavra — ou frase — que usa com muita frequência
“Não nos lamentemos nem regozijemos: procuremos compreender.” (Espinoza)
O quê ou quem é o maior amor da sua vida?
Naturalmente quem está ao meu lado na vida há mais de trinta anos.
Onde e quando se sente mais feliz?
Em Odeceixe, nas férias de Agosto; em Paris, nas livrarias.
Que talento não tem e gostaria de ter?
O dom da palavra.
Se pudesse mudar alguma coisa em si o que é que seria?
Ser mais seguro de mim e menos confiante em outros.
O que considera ter sido a sua maior realização?
Os filhos são eles a realização de si próprios e o amor nunca é uma realização solitária; por isso, direi os livros que escrevi.
Se houvesse vida depois da morte, quem ou o quê gostaria de ser?
Eu próprio.
Onde prefere morar?
Lisboa.
Qual o seu maior tesouro?
A minha família.
O que considera ser o cúmulo da miséria?
Ninguém se lembrar de nós.
Qual a sua ocupação favorita?
Ler.
A sua característica mais marcante?
A sensibilidade.
O que mais valoriza nos amigos?
A solidariedade.
Quem são os seus escritores favoritos?
Eça, Pessoa, Stendhal, Tolstoi, Rilke.
Quem é o seu herói de ficção?
O narrador da Recherche de Proust.
Com que figura histórica mais se identifica?
De Cristo e Espártaco a Lincoln e Marx, todas as grandes figuras da emancipação.
Quem são os seus heróis na vida real?
Os privados da sua dignidade.
Quais os nomes próprios de que mais gosta?
Miguel, Pedro, Margarida, Maria Ana, Matilde, Beatriz, Leonor.
Qual o seu maior arrependimento?
“Arrepender-se é pecar duas vezes.” (Espinoza)
Como gostaria de morrer?
Não gostaria.
Qual o seu lema de vida?
“Põe quanto és no mínimo que fazes.” (Ricardo Reis)