Framing Britney Spears, filme produzido pelo New York Times, voltou a trazer para a ribalta o assunto da tutela, a que Britney Spears está legalmente sujeita, e é um dos nomeados aos Emmys deste ano, tanto na categoria de melhor documentário como na de melhor edição de imagem para um programa de não-ficção.
O documentário, de 74 minutos, revê a ascensão meteórica da cantora à fama de adolescente, o escrutínio da comunicação social que se seguiu e o seu colapso, bem como a sua vida desde que se encontra sob uma tutela, dando voz ao movimento de fãs conhecido como #FreeBritney.
Britney Spears, actualmente com 39 anos, disse que não conseguiu ver o filme até ao fim, mas que os excertos a que assistiu a deixaram a chorar por duas semanas. Desde 2008, depois de ter sido hospitalizada para tratamento psiquiátrico, a cantora ficou sob supervisão de uma tutela, perdendo o direito à autodeterminação e ficando sem acesso aos seus bens. A supervisão, tanto da sua vida pessoal (incluindo decisões médicas) como da gestão da fortuna, ficou a cargo do pai, que acumulou os papéis de tutor e curador.
Mas, em Junho, Britney disse, no tribunal de Los Angeles, que o acordo em vigor era abusivo. Só que, neste processo, o que está em causa não é a autodeterminação da estrela, mas o facto de a mesma poder ser gerida por outras pessoas e instituições. No entanto, desde então, a artista sofreu alguns revezes, uma vez que o seu advogado oficioso pediu para ser retirado do caso e o Fundo Bessemer, que ela pretendia ter a cuidar do dinheiro, entrou com uma petição para que lhe seja retirada essa responsabilidade. Sobre estes assuntos deverá haver novidades ainda esta quarta-feira, dia para o qual está agendada nova audiência.
Também em destaque nos Emmys estão Harry e Meghan com a polémica entrevista que cederam a Oprah Winfrey. Transmitido pela CBS, o especial acabaria por chegar a quase todo o mundo com a venda dos direitos de retransmissão (em Portugal, foi a SIC que emitiu a entrevista de duas horas). A conversa lançou uma sombra sobre a família real britânica, acusada de negligente com a saúde mental dos seus membros e de racismo, mas acabou por chamar a atenção da organização dos prémios televisivos norte-americanos: está na lista dos nomeados para melhor série de não-ficção ou especial.