Ataque de Pequim afunda valor de empresas chinesas cotadas em Wall Street

Acções da plataforma de transporte Didi registaram queda a pique na Bolsa de Nova Iorque depois da aplicação ter sido suspensa nas lojas chinesas

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Reuters/BRENDAN MCDERMID

O sinal dado pelas autoridades chinesas no domingo de que vão dificultar a vida às empresas do sector tecnológico do país que optaram por obter financiamento em Wall Street conduziu esta terça-feira à queda a pique do valor das acções de alguns grupos chineses, em mais um episódio da cada vez mais acesa guerra tecnológica entre os EUA e a China.

No domingo, a entidade reguladora das actividades na internet na China tinha anunciado a abertura de uma investigação a empresas de três grupos chineses que, recentemente, tinham passado a estar cotadas no mercado financeiro dos Estados Unidos, citando a existência de dúvidas em relação à forma como essas firmas estavam a lidar com os dados pessoais dos seus clientes.

De forma preventiva, Pequim suspendeu a entrada de novos clientes na Didi, da Yunmanman e Huochebang (subsidiárias da Full Truck Alliance) e da Boss Zhipin (subsidiária da Kanzhun).

No caso da Didi, uma plataforma de transporte de passageiros concorrente da Uber que, há pouco mais de uma semana, tinha conseguido realizar em Wall Street a maior oferta pública inicial de acções de uma empresa chinesa desde a da Alibaba em 2014, a empresa deixou de poder de estar presente nas lojas de aplicações.

O impacto muito negativo nas cotações das empresas já era esperado e apenas aconteceu esta terça-feira porque na segunda-feira os mercados estiveram fechados nos EUA (dia útil seguinte ao feriado nacional de 4 de Julho celebrado naquele país). As acções da Didi perderam, logo na abertura da sessão da bolsa em Wall Street, cerca de um quarto do seu valor, o que representa menos cerca de 19 mil milhões de dólares na sua capitalização bolsista.

As acções da Full Truck Alliance caíram 20% e as da Kanzhun 8%.

Numa guerra pelo domínio do sector tecnológico que já teve, do lado dos Estados Unidos, a introdução de limitações à actuação de empresas chinesas como a Huawei ou o Tiktok, a China revela agora que mesmo as empresas chinesas que decidiram captar investidores no mercado norte-americano não estão a salvo.

No caso da Didi, as autoridades reguladoras chinesas já tinham assinalado, antes da dispersão dos títulos da empresa na bolsa de Nova Iorque, que tinham dúvidas em relação à operação financeira. A Didi optou, mesmo assim, por avançar.

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