Maduro responde ao convite de diálogo dos EUA acusando a CIA de o querer matar

Washington disse que estava a considerar levantar as sanções à Venezuela em troca de negociações com a oposição. Apesar da retórica do líder venezuelano, continuam os contactos entre Governo e oposição.

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Nicolás Maduro questinou se a política dos EUA em relação à Venezuela mudou mesmo Manaure Quintero/Reuters

O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, respondeu no sábado ao apelo ao diálogo com a oposição, que a administração de Joe Biden tenta promover, acusando a CIA, a agência de espionagem dos EUA, de ter elaborado um plano para o assassinar, assim como a outros líderes do regime.

Dos Estados Unidos, a reacção foi rápida: “Negativo. O plano é apoiar negociações que levem a eleições livres e justas”, disse no Twitter o assessor especial do Presidente Biden para a América Latina, Juan González.

Maduro não acusou directamente o Presidente dos Estados Unidos, mas perguntou se este teria conhecimento da existência de uma conspiração, levando à resposta de González.

Maduro disse ainda que os serviços secretos do país reportaram outro plano contra a sua vida, desta vez coordenado pelo Comando Sul do Exército dos EUA, responsável pelas operações na América Central e do Sul e nas Caraíbas.

Com o Presidente Biden, ficou para trás o belicismo da era Trump, e os EUA alinharam-se com a União Europeia, abrindo a porta para um potencial levantamento das sanções económicas contra o regime se este mostrar vontade de diálogo, diz o diário espanhol El País.

Mas desde a Venezuela, Maduro questionou se houve realmente uma mudança: “Denunciei e mostrei que o Presidente Donald Trump deu ordem de me matar a qualquer custo, a mim e aos principais líderes políticos e militares do nosso país. E tentaram-no, aberta e publicamente, a 4 de Agosto de 2018”, num ataque com drones com explosivos que teve lugar numa parada militar e que foi reivindicado por um grupo de opositores.

“Terá Joe Biden confirmado as ordens de Donad Trump para levar a Venezuela à guerra civil e nos matar?” perguntou Maduro, num discurso numa cerimónia de promoção e condecoração da Guarda de Honra Presidencial e da Direcção Geral de Contra-Espionagem Militar, dois dos bastiões do regime.

As observações de Maduro ocorrem, no entanto, enquanto delegações do governo venezuelano e da oposição continuam em contacto para estabelecer as condições para um diálogo político com a mediação do governo norueguês, diz o jornal El País.

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