A extrema-direita e a mentira da corrupção
Bolsonaro é a prova sem contestação que a missão messiânica que o extremismo radical da direita (como outrora o da extrema-esquerda) reclama para regenerar ou expurgar as nações do veneno dos “políticos” é uma fraude e uma mentira
A distância entre as palavras e promessas da extrema-direita no combate à corrupção e os actos praticados pelos seus dirigentes e os governos que controlam é, há muito se sabia, enorme. A proximidade conspícua de Viktor Orbán à nova classe de milionários húngaros, o desvio de 6,8 milhões de euros de fundos europeus no partido de Marine Le Pen, os negócios suspeitos de Matteo Salvini (ou de Donald Trump) com capitalistas russos ou a confissão do ex-vice-chanceler da Áustria num vídeo que o arruinou politicamente são provas claras e abundantes de que o discurso em favor da “limpeza” alicerçada numa suposta superioridade moral é uma mentira. Em nenhum outro lugar do mundo, porém, essa mentira hipócrita se expõe tão exuberantemente como no regime de Jair Bolsonaro.
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