Ucrânia despejou balde de água gelada sobre a Suécia

Num jogo muito repartido, os nórdicos acabaram por ceder depois de terem disputado boa parte do prolongamento com dez unidades.

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Dovbyk celebra o golo do triunfo Reuters/ROBERT PERRY

No terceiro jogo em dois dias a precisar de mais do que 90 minutos para se encontrar um vencedor, foi a Ucrânia quem saiu por cima para fechar o quadro dos quartos-de-final do Euro 2020 (1-2). E fê-lo já com a Suécia a contar os segundos para o desempate por grandes penalidades, depois de um prolongamento agravado por uma expulsão. Em Glasgow, os ucranianos acrescentaram um capítulo a uma caminhada que já era histórica e terão agora a Inglaterra pela frente, no dia 3, em Roma.

Foi uma partida francamente interessante a que decorreu num Hampden Park bastante despido. A Ucrânia surpreendeu ao apresentar-se em 3x5x2 e ao deixar no banco Ruslan Malinovsky, uma das estrelas da companhia; a Suécia manteve o 4x4x2 habitual e revelou os atributos que lhe permitiram ganhar um grupo em que concorreu com Espanha: tremenda organização sem bola, capacidade de jogar por dentro e perigosos passes verticais. 

O plano de jogo ucraniano previa, em comparação com a fase de grupos, uma mudança na posição de Zinchenko, menos presente em terrenos interiores, mas seria o canhoto do Manchester City a inaugurar o marcador, com um remate tremendo, a dar o melhor seguimento a uma assistência de Yarmolenko (27’).

O encontro tinha estado repartido até então, com ataques rápidos e tentativas de explorar a profundidade, e assim continuou, com o empate a chegar bem perto do intervalo, pelos pés do mais influente jogador sueco do momento: Emil Forsberg surgiu nas imediações da área contrária, arriscou o remate e viu a bola desviar num dos centrais, surpreendendo Buschan.

O génio de Forsberg voltaria ao de cima no segundo tempo, em especial aos 56’ (remate ao poste direito) e aos 69’ (remate em arco à trave), mas antes tinha sido a Ucrânia a testar também a solidez dos ferros da baliza nórdica, por intermédio de Sydorchuk, após investida de Yarmolenko pelo corredor direito.

Já com Malinovsky em campo, a Ucrânia não conseguiu furar o bloco sueco e o tempo regulamentar esgotou-se. Aproveitou Janne Andersson para refrescar o ataque nos primeiros minutos do prolongamento, mas uma entrada impetuosa de Danielson (revista com auxílio do VAR) obrigou-o a uma nova alteração e a jogar com 10 unidades até ao fim.

Já em 4x4x1 (Quaison ficou sozinho na frente) e a minimizar estragos, a Suécia pareceu até francamente confortável diante de uma Ucrânia que não estava a mostrar a lucidez necessária para circular a bola com critério e rapidez. Até que, já depois de um par de paragens para assistência médica (a Berg e a Bezus) e com o cronómetro a marcar 120+1’, Zinchenko arriscou um cruzamento para a área. Tenso e bem direccionado, encontrou a cabeça de Dovbyk, avançado do Dnipro que tinha sido lançado para o lugar de Yarmolenko, que saiu de cena com queixas físicas. Um desvio subtil foi suficiente para esvaziar o balão dos nórdicos.

Não havia tempo, nem energia, para responder. O desempate por penáltis era o máximo a que podiam aspirar, naquelas circunstâncias. A festa foi da Ucrânia, que antes deste Europeu nunca tinha passado a fase de grupos no torneio. Desta feita, tem as meias-finais à distância de mais um triunfo.

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