Ó valha-me Deus! Portugal é tão pequenino, mas, no ano 2021 d.C., ainda há gente em Lisboa, jornalistas com carteira mas sem o essencial, psicólogas multifunções em delirium tremens, advogados e inspectores reformados da PJ em disputa com a classe dos comentadores das roupas e da bola e mais uns quantos alienados, que desconhece haver mais campo para além daquele recinto de touradas e das hortas da região saloia. Devem imaginar a tal província cheia de lobos, cães assilvestrados, um ou outro leão fugido de um circo, mulheres barbudas e endemoninhadas, homens de cajado prontos a bater em quem se mexer e crianças a brincar com raposas, doninhas e porquinhos-da-Índia, descalças, sem roupas e alimentadas a sopas de cavalo cansado. Pura selva, física e humana.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.