Um mês e meio depois, não há conclusões sobre festejos do Sporting

“A conclusão deste inquérito é considerada prioritária para a IGAI”, mas, 45 dias depois, ainda não se sabe o que correu mal na noite do título.

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Festejos do Sporting em Lisboa Nuno Ferreira Santos

Passou um mês e meio desde o ministro da Administração Interna anunciou um inquérito para “apurar a intervenção da PSP nos festejos ocorridos por altura da conquista do título de campeão nacional de futebol do Sporting Clube de Portugal”. O PÚBLICO questionou a Inspecção-Geral da Administração Interna (IGAI) sobre se, 45 dias depois, já teria resultados para apresentar, ainda que preliminares, mas a entidade que Eduardo Cabrita responsabilizou por levar a cabo as investigações não respondeu em tempo útil.

Não é a primeira vez que o PÚBLICO faz perguntas sobre este assunto. Pouco mais de duas semanas após as declarações do ministro, a IGAI respondeu ao jornal que “o inquérito exige a análise de muita documentação e a audição de diversos intervenientes, o que exige, seguramente, mais do que os referidos 15 dias”. “A conclusão deste inquérito é considerada prioritária para a IGAI”, acrescentou.

Entre as perguntas enviadas pelos PÚBLICO nesta sexta-feira lia-se: “Já existe alguma versão preliminar do inquérito? Foi dado algum prazo de conclusão por parte do MAI? Há alguma previsão para o fim do inquérito?”

Na quinta-feira, no briefing após a reunião do Conselho de Ministros sobre pandemia, Mariana Vieira da Silva referiu-se a este inquérito. “Foi pedida celeridade”, justificou a ministra de Estado e da Presidência, acrescentando que “envolve consultas a muitas entidades”. Sobre se a festa do título terá contribuído para o agravamento da situação em Lisboa, a governante recusou essa leitura: “A evolução é multifactorial, com grande densidade populacional, antecipávamos que a incidência fosse diferente. O que precisamos é de agir em conformidade. Não me cabe identificar os factores, cabe-nos tomar medidas”, disse.

António Costa e o próprio Marcelo Rebelo de Sousa foram rápidos a reagir, aquando dos acontecimentos. O primeiro-ministro garantiu que não iria “atirar pedras a ninguém”, mas sim “aguardar a informação e o apuramento dos factos”. O Presidente da República reconheceu que a noite de festejos “não correu bem em termos de saúde pública”.

“Quem deve prevenir não conseguiu prevenir. Quem devia prevenir eram as entidades responsáveis e todos os cidadãos”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa. “Compreendo que as pessoas se emocionem e queiram expandir a sua alegria. Vamos esperar que isto não tenha custos para os lisboetas”, declarou.

Já depois deste caso, soube-se que a Câmara de Lisboa tinha fornecido à embaixada da Rússia dados pessoais de organizadores de um protesto anti-Putin. Ordenada uma auditoria interna, as primeiras conclusões chegaram uma semana depois, concluindo que foram partilhados dados com embaixadas em pelo menos 52 protestos

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