E se os lugares de estacionamento se tornassem floridos, para as pessoas, e não para os carros?
Adam Tranter quer que as cidades se tornem seguras para quem prefere deslocar-se a caminhar ou pedalar. Para acender o debate sobre o uso do espaço público em Inglaterra, construiu um parque num lugar de estacionamento para automóveis. Não uma, mas duas vezes.
Adam Tranter tornou verde e florido um cinzento lugar de estacionamento para automóveis, em Kenilworth, em Inglaterra. Instalou bancos para descanso de quem passeia, algumas plantas e relva, e construiu um parklet. O espaço resistiu por seis meses, mais do que Adam esperava, antes de ser retirado pela autarquia, que relembrou que apenas os veículos a motor estão autorizados a ocupar os espaços públicos de estacionamento.
Mas o director executivo da Fusion Media, uma agência de marketing e comunicação, não desistiu. Para contornar a proibição do condado de Warwickshire, e avançar com o aproveitamento do espaço público, comprou um pequeno triciclo a motor Piaggio Ape de 1970 no eBay, estacionou-o e devolveu o espaço à comunidade, que, diz, “gostava muito” do espaço.
Utilizou, depois, as redes sociais para pedir recomendações sobre que plantas e flores semear neste pequeno parque móvel. Deveriam ser de fácil manutenção, coloridas, perenes, leves e benéficas para a vida selvagem da cidade.
“Fizemos algo agradável, na ausência de muito mais... As nossas ruas mais importantes estão preenchidas por lugares de estacionamento para automóveis. Isso cumpre um propósito, mas não cria nesses lugares um bom ambiente, onde podemos ir e sentar-nos”, explicou Adam, citado pela BBC. “Quero encorajar (a autarquia) a reparar na oportunidade de envolver as comunidades na requalificação do território.”
Adam Tranter é, também, bicycle mayor em Coventry, a 20 minutos de Warkwickshire. Por outras palavras, é o promotor de uma revolução da mobilidade urbana, para que a cidade se torne, cada vez mais, segura e amiga dos ciclistas e das bicicletas, que, aos poucos, tomam o lugar dos automóveis nos centros urbanos.