24 de Junho, o dia em que todas as mulheres conquistaram o direito a conduzir

O Dia Internacional da Mulher Automobilista celebra-se este ano pela primeira vez.

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O dia 24 de Junho de 2018 foi de festa para as mulheres sauditas REUTERS/Hamad I Mohammed

Há três anos, um país ainda não tinha mulheres condutoras. Tudo mudaria no dia seguinte, a 24 de Junho de 2018, quando a Arábia Saudita levantou a proibição de as mulheres conduzirem. É essa a efeméride que justifica a criação de um Dia Internacional da Mulher Automobilista (IWDD, na sigla original), uma iniciativa do Women’s World Car Of The Year, grupo de jornalistas especializadas no sector, de forma a sublinhar o valor da conquista daquele direito.

Não à toa, o grupo decidiu distinguir este ano a saudita Loujain Alhathloul​, activista que fez campanha para dar às mulheres do seu país o direito de conduzir, tendo sido detida por duas vezes por desobedecer à lei que determinava que uma pessoa do género feminino não podia assumir os comandos de um automóvel: a 1 de Dezembro de 2014, tendo ficado 73 dias no cárcere; e em Maio de 2018, pouco antes de o reino suspender a proibição.

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Manifestantes da Amnistia Internacional seguram cartazes junto à Embaixada da Arábia Saudita em Paris, em Março de 2019, para exortar as autoridades sauditas a libertar as activistas dos direitos das mulheres, entre as quais Loujain Alhathloul REUTERS/Benoit Tessier

No final de 2020, Loujain Al Hathloul, de 31 anos, foi condenada a cinco anos e oito meses de prisão por um tribunal do país especializado em casos antiterrorismo. Nomeada para o Prémio Nobel da Paz em 2019 e 2020, acabou por ser libertada a 10 de Fevereiro de 2021.

Paralelamente, o WWCOTY decidiu, também este ano, homenagear Sabine Schmitz, a “rainha de Nürburgring”, que morreu em Março, aos 51 anos.

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A organização, que reúne 55 mulheres de mais de 40 países, considera ainda que está na altura de devolver às mulheres o papel predominante que tiveram na história inicial do automóvel. Afinal, explicam em comunicado, os espelhos retrovisores não existiriam sem Dorothy Levitt (1882-1922); as estradas não teriam traços divisórios se June McCarroll (1867-1954) não fosse obcecada com a redução das mortes na estrada; e a taxa de acidentes seria muito mais elevada se Florence Lawrence (1886-1938) não tivesse concebido os primeiros indicadores de direcção.

Actualmente, como clientes da indústria, as mulheres são responsáveis em alguns mercados por mais de metade das vendas, como nos EUA, onde 62% das compras de automóveis novos são realizadas por mulheres, segundo a Forbes, tendo estas ainda um papel activo quando se trata de escolher o primeiro carro de família.

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