Nova tabela de preços da ADSE adiada para Setembro

“Necessidade de adaptação dos ‘softwares’ quer da própria ADSE, quer sobretudo dos prestadores” justifica novo atraso, avançou a ministra Alexandra Leitão

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LUSA/ANTÓNIO COTRIM

A nova tabela de preços da ADSE só entrará em vigor em Setembro e não em Julho, como estava previsto, revelou a ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão, em entrevista à Lusa.

As tabelas não vão entrar em vigor em Julho. Elas vão entrar em vigor no início de Setembro”, disse a ministra, numa entrevista concedida no âmbito da reunião informal de ministros da Administração Pública da União Europeia, que se realiza nesta terça-feira, em Lisboa, no âmbito da presidência portuguesa do Conselho da UE.

As novas tabelas de preços, que estiveram a ser negociadas largos meses com os hospitais privados, estavam inicialmente previstas para o final do primeiro trimestre de 2021, tendo depois sido adiadas para Junho, depois Julho e agora Setembro.

Segundo explicou a ministra, a principal razão para o novo adiamento “prende-se não com o conteúdo das tabelas, mas com a necessidade de adaptação dos ‘softwares’ quer da própria ADSE quer sobretudo dos prestadores”.

“São milhares de códigos, seja de códigos de intervenção, códigos de dispositivos médicos, códigos de medicamentos e portanto isto exige uma adaptação tecnológica”, reforçou Alexandra Leitão, salientando que este é “um processo difícil, muito complexo do ponto de vista técnico”.

“A pressa aqui pode ser inimiga da qualidade e portanto os próprios prestadores suscitaram essa solicitação”, acrescentou.

O processo de revisão englobou 18 tabelas de regras e preços do regime convencionado, que integram a Tabela do Regime Convencionado da ADSE.

Actualmente os beneficiários da ADSE pagam por uma consulta 3,99 euros e com as novas tabelas vão passar a pagar cinco euros.

Já sobre o alargamento da ADSE aos trabalhadores com contratos individuais na administração pública, a ministra destacou que há uma “enorme adesão” que tem como “efeito positivo a redução do nível etário” do universo de beneficiários.

Segundo os dados do Ministério da Administração Pública, até 15 de Junho o número de novos inscritos por via do alargamento da ADSE aos contratos individuais era de 91.970 beneficiários, dos quais 60.806 titulares e 31.164 familiares.

O decreto-lei que prevê o alargamento da ADSE aos trabalhadores com contrato individual das entidades públicas entrou em vigor no dia 9 de Janeiro, tendo as inscrições arrancado em 18 de Janeiro.

Segundo o Governo, o universo potencial de novos beneficiários titulares é de cerca de 100 mil trabalhadores, dos quais 60 mil do sector da saúde, a que acrescem cerca de 60 mil não titulares, ou seja, os cônjuges e descendentes dos titulares.

A medida terá um impacto anual de 67 milhões de euros nas receitas da ADSE, segundo o Governo, e a inscrição é facultativa, sendo automática para os novos contratados.

Os beneficiários da ADSE descontam 3,5% do seu salário ou pensão para beneficiarem deste subsistema de saúde.