Betty Faria: “Hoje, no Brasil, neste começo de quase fascismo, a Tieta é inovadora”

Diz o que pensa, luta pelo cinema, lê sobre o avanço da extrema direita, planeia a próxima viagem, dá gargalhadas de prazer. É a perfeita tradução da tão difícil conjugação entre sentido de realidade e gozo de viver. A mulher que deu corpo, voz e alma a Tieta, uma das maiores personagens femininas do audiovisual brasileiro, personagem que a marcou e que nos marcou, chegou aos 80 anos.

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Jorge Bispo

Betty Faria é um antidepressivo de Brasil e do mundo: olha para trás com a mesma honestidade que enxerga à frente, sem sombra de alienação. Diz o que pensa, luta pelo cinema, lê sobre o avanço da extrema direita, planeia a próxima viagem, dá gargalhadas de prazer. É a perfeita tradução da tão difícil, quase impossível, conjugação entre sentido de realidade e gozo de viver. “Respeito muito minhas lágrimas, mas ainda mais minha risada”, verso de Caetano Veloso, poderia ajudar a defini-la. Ou “para sempre é sempre por um triz”, segundo Chico Buarque. Betty ensina-nos há mais de meio século como nos apaixonarmos pelo Brasil.

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