O artista brasileiro Eduardo Srur reproduz as obras dos grandes mestres da pintura sem usar uma gota de tinta - apenas pedaços de plástico encontrados em ruas e rios das cidades.
Para a sua última exposição, recriou Picasso, Van Gogh, Monet e Warhol para alertar para a poluição causada pela acumulação de plásticos. “Estas obras permanecerão durante séculos na história da humanidade, assim como o plástico que estamos a deixar na natureza”, disse no seu atelier, em São Paulo, em entrevista à Reuters.
Os quadros de Eduardo Srur, para a colecção Natureza Plástica, ficarão em exposição em São Paulo, na galeria que pretende inaugurar no bairro Cidade Jardim, no segundo semestre de 2021.
O artista visual e plástico é reconhecido pelo trabalho de sensibilização sobre o meio ambiente, criando enormes instalações em espaços públicos de São Paulo, e levando-as, muitas vezes, para os rios altamente poluídos da cidade.
Durante a pandemia, Srur voltou a focar-se no trabalho dentro do atelier, onde trocou os pincéis de pintura por um par de pinças, que usa para passar pedaços de plástico colorido por buracos numa tábua e construir imagens, uma técnica que aperfeiçoa desde 2019. Há dois anos, pintou Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, com sacos retirados do rio Pinheiros, em São Paulo.
“O plástico domina tudo e todos hoje em dia, por isso, nesta colecção, crio obras de arte que não têm tinta nem cola, apenas pedaços de sacos de plástico que acabam por criar a imagem que se vê”, explicou.