Carlos Bernardino, o mestre de fundição insubmisso com obra mundo fora

É a terceira geração de uma família de fundidores e dono da mais antiga fundição de arte do país, criada em 1933, em Gulpilhares, Vila Nova de Gaia. Como o pai e o avô, dá forma às obras de vultos da escultura e faz peças para todo o mundo, de Macau à Nova Zelândia.

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Carlos Bernardino, 64 anos, já fundiu esculturas de bronze para os quatro cantos do mundo Manuel Roberto

Seriam precisos cerca de cinco edifícios como este, um complexo de 700m2 com três divisões de tectos altos e pavimentos em terra batida, para guardar todas as esculturas de bronze produzidas pelas três gerações que dirigiram a Bernardino – Fundição D’Arte, a mais antiga fundição do género em Portugal. A estimativa é de Carlos Bernardino, mestre de fundição e neto do fundador, Bernardino Inácio, que se estabeleceu em Gulpilhares, Vila Nova de Gaia, em 1933. Ainda era menino e a arte da fundição já marcava o passo da sua vida – ainda que, inicialmente, não por vontade própria. Nascido em Luanda, Angola, em 1957, veio para Portugal com os pais aos dois anos, no seguimento da morte do avô. “O meu pai teve de vir tomar conta da fundição, por força do escultor Henrique Moreira. Havia uma escultura por fazer e ele conhecia as capacidades do meu pai”, recorda ao PÚBLICO. 

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