Militares libertam Presidente e primeiro-ministro interinos do Mali

Chefe de Estado e líder do Governo de transição tinham sido detidos pelos militares, que recuperaram o poder no país africano, poucos meses depois da queda do ex-Presidente Keita.

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Anúncio da libertação de Ndaw e Ouane foi feito pelo comandante Baba Cissé (na imagem) AMADOU KEITA/Reuters

Os militares que retomaram o controlo do Mali nos últimos dias libertaram o Presidente e o primeiro-ministro interinos na madrugada desta quinta-feira, anunciou um porta-voz da Junta Militar. 

Bah N’Daw e Moctar Ouané tinham sido detidos na segunda-feira, com a justificação de que o Governo que lideravam se tinha mostrado “incapaz de ser um parceiro fiável” e a acusação de que pretendiam “sabotar” a transição democrática.

Os dois dirigentes políticos, responsáveis máximos da equipa de transição constituída após o golpe militar de Agosto do ano passado, que destituiu o então Presidente Ibrahim Boubacar Keita, demitiram-se dos respectivos cargos na quarta-feira.

Assimi Goita, vice-presidente, líder do golpe de Agosto e homem forte das Forças Armadas do país africano, assumiu o poder.

“Eles demitiram-se e foram libertados, como previsto. Não temos nada contra eles”, informou o comandante Baba Cissé, porta-voz do Goita, citado pela Reuters.

O paradeiro de Ndaw e de Ouane ainda não foi, no entanto, revelado. Cissé justificou essa opção com as questões de segurança que envolvem os próprios e recusou dar mais pormenores sobre os planos da Junta Militar para os substituir nas estruturas do Estado.

Apesar das críticas e da pressão internacional àquilo que muitos consideram tratar-se de um novo golpe de Estado, o coronel Goita garante que “o processo de transição continua o seu curso”, promete a realização de eleições em 2022 e assegura que as Forças Armadas do Mali têm um “compromisso infalível” em defender a segurança do país.

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