Não era covid. Eram febres

Se a escravidão não foi inventada de raiz pela plantação de açúcar (e do algodão, café, etc.), foi no seu contexto massificada à escala de milhões e produziu, para se justificar, a ideologia racialista hierarquizante que deixou as marcas fundas que ainda hoje nos atormentam.

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Se a escravidão não foi inventada do zero pela plantação de açúcar (e do algodão, café, etc.), foi no seu contexto massificada à escala de milhões e produziu, para se justificar, a ideologia racialista hierarquizante

Não era covid, eram febres: febre-amarela, malária, infecções várias, tuberculose, disenterias, exaustão pelo trabalho, esgotamento. Morria-se. Não era em Odemira, era em Demerara, na então Guiana britânica; e os protagonistas eram portugueses da Madeira em meados do século XIX. Foram dezenas de milhares os que nos anos 1830-40-50 partiram do arquipélago atlântico — e, em menor número, também de Cabo Verde, Canárias e Açores — para as plantações de açúcar nas Antilhas/Caraíbas e Guianas.

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