China
Manuel fotografou os arranha-céus da China dentro de um comboio a 300 quilómetros por hora
Da janela de um comboio de alta velocidade, Manuel Alvarez Diestro regista o desenvolvimento de novas cidades na China. O fotógrafo espanhol viajou pela linha ferroviária de 37.900 quilómetros e o resultado foi um conjunto de fotografias com uma atmosfera etérea e cinemática, onde as imagens "estão desfocadas e as janelas dos comboios funcionam como uma lente e criam o 'ambiente irreal'", escreve o fotógrafo ao P3.
A sua nova série, depois de aqui ter partilhado um conjunto de fotografias de hotéis de Benidorm vazios, mostra uma nova visão dos enormes edifícios, na generalidade bastante parecidos uns com os outros — criando assim homogeneidade e ritmo. "Isto acontece particularmente no caso do corredor de Xangai a Pequim, onde em alguns momentos todas as cidades pareciam interconectadas, e criavam uma área metropolitana única, onde a paisagem natural foi substituída pela construção", descreve Manuel.
Os comboios viajam a velocidades entre os 300 e os 350 quilómetros por hora, o que significa que o fotógrafo não tinha muito tempo para preparativos técnicos: foi isso, confessa, que tornou a experiência "estimulante". E foi também o que deu dinâmica aos objectos arquitectónicos que figuram nas imagens. A experiência de cruzar o país de uma ponta a outra? "É como viver num sonho que não acaba e que acontece numa cápsula onde o tempo e o espaço deixam de ser reconhecíveis."