Rosa Diniz criou a Scarlett, uma mala que é uma agenda (ou vice-versa), numa colaboração com Inês Meneses
A peça inclui um bloco, um planner, diversos compartimentos e bolsas amovíveis, e pode ser transportada com uma pega de mão ou uma alça a tira-colo. “Um ‘canivete suíço’ onde cabe todo o universo feminino.”
A radialista Inês Meneses e a artista Rosa Diniz conheceram-se no final do ano passado, por mero acaso. Quando passeava por Lisboa, a primeira não resistiu a entrar no ateliê da artesã, depois de ter visto uma mala vermelha, que acabou por comprar. “Foi mesmo uma questão magnética, de ter ficado atraída pela montra”, conta ao PÚBLICO. Meses depois, juntaram-se para criar uma peça inspirada no mais recente livro de Inês Meneses, Caderno de Encargos Sentimentais, que vai já na sua sexta edição.
A Scarlett, uma mala e agenda, “é o resultado do universo de duas mulheres”, descreve Inês Meneses, que assina uma crónica e dá voz ao podcast O coração ainda bate, no PÚBLICO, semanalmente. De cor escarlate, inspirada no livro, a mala conta com um bloco, um planner, diversos compartimentos, e bolsas amovíveis onde colocar o telemóvel ou uns óculos. No seu interior encontram-se separadores com frases serigrafadas, provenientes da obra da animadora de rádio — cujo design esteve a cargo do atelier Lavandaria.
Além do Caderno de Encargos Sentimentais, a peça vem também com canetas BIC douradas e um batom Estée Lauder. “Um ‘canivete suíço’ onde cabe todo o universo feminino”, pode ler-se em comunicado. De facto, o artigo em pele “tem o lado mais aliado à vaidade, e o lado mais confessional e íntimo que todas as mulheres têm”, explica a radialista. O seu propósito, desvenda, é “ser um objecto que uma mulher da cidade transporta: tanto pode sair à noite com ele como ir a uma reunião”.
Scarlett surgiu de um processo “absolutamente natural e muito orgânico”, conta Rosa Diniz ao PÚBLICO. “Conhecemo-nos, fomos conversando, e uma coisa foi levando à outra”, explica. Cada “mala-agenda” leva 20 horas a fazer e custa 270 euros. Além de só ser feita por encomenda, serão criadas apenas 40. “Dá muito trabalho e tem um preço muito aceitável”, justifica a artesã.
Oriunda de uma família de artistas, Rosa Diniz iniciou-se no mundo da manufactura há dois anos e meio. Tudo começou com “um ateliezinho no quarto”, até chegar ao espaço que detém actualmente, na Rua Poiais de São Bento, número 32, em Lisboa. O espaço abriu em plena pandemia, no final de Maio do ano passado, e hoje possui uma lista de espera para os seus produtos de dois meses. “É preciso ter um bocadinho de coragem”, confessa a artista. “Eu comecei este negócio porque recebi 200 euros de que não estava à espera”, confidencia. No seu ateliê fabricam-se produtos em couro, todos feitos à mão e por encomenda.
Texto editado por Bárbara Wong