Julian Melcer está a limpar uma praia de Telavive, uma beata de cada vez. A vaguear pela costa, com um grande saco de plástico na mão, o israelita de 26 anos vive todos os dias como se fosse o Dia da Terra. Ao mesmo tempo que apanha beatas, vende, aos fumadores, pequenas bolsas a que chama cinzeiros de bolso, para os dissuadir de fazer lixo.
“Estou aqui para proteger o mundo”, diz. “Arde-me na alma, arde-me nos meus ossos, arde-me nos meus olhos quando vejo lixo na praia.”
Melcer também diz que é uma forma de rendimento, já que ganha cerca de três a quatro mil dólares por mês, durante o Verão, com a venda dos cinzeiros de bolso a seis dólares cada.
O residente de Telavive recolhe beatas há três anos. Começou por criar obras de arte a partir das pontas de cigarros que recolhe mas, depois, encontrou uma forma de reutilizar os milhares de beatas que apanha. Envia-as por correio à organização No Butts, na Irlanda, que extrai os filtros de plástico para os reutilizar.
Em conjunto com o seu grupo de voluntários em Israel, o jovem estima que já recolheram cerca de um milhão de beatas. Os filtros de cigarro são “o plástico de utilização única mais tóxico do planeta”, alerta. “É super importante porque os cigarros prejudicam a natureza, prejudicam a praia, e eu adoro a praia — é a minha casa.”