Francisco César não se recandidata ao PS de São Miguel

O socialista André Rodrigues lidera a única lista ao partido na ilha.

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Francisco César é o actual líder do PS em São Miguel D.R. Rui Soares

O actual líder do secretariado de Ilha de São Miguel do PS-Açores, Francisco César, não se recandidata ao cargo nas eleições desta sexta-feira à noite e André Rodrigues avança como candidato, disse à Lusa fonte partidária.

Numa mensagem que enviou aos militantes, a que a Lusa teve acesso, o ex-líder do grupo parlamentar do PS-Açores e actual deputado na Assembleia Legislativa Regional afirma que, “após uma longa reflexão sobre a possibilidade de uma recandidatura ao PS de São Miguel”, decidiu “não avançar para um novo mandato”.

Francisco César entende que “o exercício de cada cargo político tem uma validade temporal que se esgota, neste caso particular, no final deste mandato”.

“Em segundo lugar, porque a introdução de novas lideranças, que conjuguem experiência e juventude e que saibam aproveitar o trabalho feito, acrescentam, sempre, novas ideias e novas dinâmicas, e isso é muito importante para o PS-São Miguel”, refere a mensagem.

Francisco César considera que pode, “no actual contexto, acrescentar mais ao PS no âmbito de outras funções do que na liderança da estrutura de São Miguel”.

O dirigente já declarou à Antena 1 Açores que não é candidato à liderança do PS-Açores, apoiando Vasco Cordeiro, actual líder e ex-presidente do Governo dos Açores.

A mesma fonte partidária disse à Lusa que André Rodrigues, assessor de Vasco Cordeiro no anterior executivo socialista, é o único candidato à liderança do Secretariado de Ilha de São Miguel do PS-Açores, que será decidida hoje à noite.

De acordo com a fonte socialista, a lista de André Rodrigues “conta com o apoio de vários elementos da actual direcção do PS de São Miguel, de vários dos actuais deputados socialistas eleitos por São Miguel”.

O candidato “pretende abrir novos espaços de diálogo com todos, trazer mais gente e novas pessoas à participação política no interior do PS, atrair novos quadros, mais juventude, e, sobretudo, agilizar mecanismos de participação, num tempo que, talvez, seja o mais difícil que o PS enfrenta nos últimos 25 anos”.

Na sua coluna de opinião de quinta-feira, no jornal Açoriano Oriental, André Rodrigues refere, face ao actual cenário político resultante das eleições regionais de Outubro de 2021 (com uma coligação de direita no poder), se deve “evitar a crítica pela crítica sem, no entanto, deixar de exercer o escrutínio indispensável”.

O militante quer “conjugar proximidade na acção com a capacidade de ouvir, dialogar e interpretar correctamente as dificuldades sentidas no quotidiano”, e “apresentar propostas concretas e alternativas que conciliem sentido de responsabilidade com as soluções de que carecem as populações”.

André Rodrigues propõe-se a “defender, cá e lá, os interesses estratégicos da região, sem sucumbir a pressões ou a impulsos imediatistas”, e, sobretudo, “ter a coragem de lutar por convicções e a firmeza de assumir compromissos, ainda que sob a picardia e a gritaria dos que estão juntos, apenas circunstancialmente, no ataque ao adversário comum”.

O responsável máximo do Secretariado de Ilha de São Miguel é eleito pelo período de dois anos.

André Rodrigues foi durante 15 anos jornalista — foi director do antigo semanário Expresso das Nove e correspondente da TVI nos Açores , foi editor da revista de bordo da Sata Azorean Spirit e, mais recentemente, assessor do presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, que deixou o cargo em 2020.