Sporting regressa às vitórias em Faro

Depois de dois empates seguidos, “leões” triunfam por 0-1 sobre o Farense. Vantagem do líder para o FC Porto voltou a ser de nove pontos.

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Pedro Gonçalves marcou o seu 17.º golo da época LUSA/LUÍS FORRA

Depois de dois empates consecutivos que animaram a concorrência e esfriaram as suas próprias perspectivas, o Sporting voltou a mudar a narrativa com um regresso às vitórias no São Luís, um 0-1 frente ao Farense que volta a deixar o líder com nove pontos de vantagem sobre o FC Porto (que defronta o Nacional na segunda-feira). Voltou a ser uma vitória sofrida para o Sporting, mas, a sete jornadas do fim do campeonato, muito bem-vinda na luta pelo título.

Há quase 20 anos que o Sporting não baixava ao São Luís e a última memória era boa, um triunfo por 1-3 com “hat-trick” de Mário Jardel no início de uma época que seria de título para os “leões” – e de despromoção para o Farense. Os “leões” do Algarve apresentavam-se neste reencontro em busca de pontos para evitar a repetição desse destino em 2001-02, os de Lisboa queriam espantar a condição de líder nervoso e manter a sua caminhada para repetir a conquista dessa época.

Amorim, que cumpriu o primeiro de três jogos de castigo longe do banco e na bancada do São Luís, voltou a baralhar os nomes no seu plano de ataque. Duas novidades na defesa (Matheus Reis e Inácio), nova dupla no eixo do meio-campo (Bragança ao lado de Palhinha) e reposicionamento de João Mário para o lado esquerdo do ataque. E Jorge Costa, limitado nas suas opções ofensivas, entregava a gestão do jogo ao escocês Ryan Gauld e confiava na velocidade de Licá e Pedro Henrique.

Houve equilíbrio desde o primeiro minuto nesta cimeira de “leões”. O Farense sabia como o Sporting jogava, e era o Sporting que tinha de surpreender. Logo aos 9’, o líder teve boa oportunidade para o fazer, numa recuperação de Pedro Gonçalves que deixou para João Mário. Frente a Beto seu antigo colega de selecção, o médio sportinguista tentou um remate cruzado, mas o guarda-redes farense desviou para canto.

Os algarvios responderam quase de imediato, aos 13’, através de um dos seus pontos fortes, a bola parada. Na sequência de um canto curto, Ryan Gauld colocou a bola na área e Jonathan Lucca cabeceou por cima. E pouco depois, aos 21’, houve uma investida de Abner que acabou a jogada caído no relvado a reclamar uma falta de Coates – não houve nada, mas a jogada foi perigosa.

Sem ter o domínio do jogo, o Sporting teve mais um par de aproximações perigosas, como um remate de João Mário à malha lateral após passe de Paulinho aos 27’, ou um cabeceamento de Coates após canto que Beto deteve aos 35’. Na sequência dessa jogada, o Sporting chegou ao golo. A partir da direita, Porro meteu na área, Paulinho deu um toque e César fez um corte disparatado. Pedro Gonçalves estava no sítio certo para recolher e disparar para o 0-1, e, de caminho, recuperar a liderança isolada da lista dos melhores marcadores – já leva 17 golos.

O Farense não se desmoralizou com o golo sofrido e teve boa reacção, sobretudo a partir do flanco direito, onde estava Tomás Tavares, lateral emprestado pelo Benfica, a ser o principal intérprete de perigo – também Tavares se queixou de um penálti de Nuno Mendes aos 44’, mas também aqui nada foi assinalado.

A tendência do jogo manteve-se na segunda parte, com o Sporting a melhorar de produção, com mais e melhores ideias de como jogar, estando muito perto do 0-2 por duas vezes, aos 50’, numa má decisão de Paulinho que preferiu passar em vez de rematar, e aos 57’, com o ex-Sp. Braga a testar mais uma vez os excelentes reflexos do veterano guardião de 39 anos. Pelo meio, o Farense também teve a sua hipótese de ferir o Sporting, num remate acrobático de Pedro Henrique a que Adán respondeu com grande elasticidade.

A última meia-hora teve um Sporting a tentar controlar para guardar a vantagem mínima, e um Farense a fazer pela vida e conquistar alguma coisa para fugir à zona de despromoção (não fugiu e continua em penúltimo). Bandarra ainda marcou aos 80’, mas o lance foi anulado por fora-de-jogo, e Mansilla obrigou Adán a mais uma grande defesa aos 85’. Foram minutos de muitos sustos para o Sporting, mas o filme das jornadas anteriores não se repetiu.

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