São artistas, trabalham como artistas, mas não recebem o apoio da Cultura
O apoio extraordinário para trabalhadores da Cultura criado em Janeiro tem deixado muitos profissionais do sector de fora. Uns estão registados nas Finanças como artistas, mas são obrigados a passar recibos com códigos de outras áreas de actividade. Outros dizem cumprir os requisitos, mas ainda não receberam resposta. Há quem tenha mudado de área para sobreviver.
Em Fevereiro, quando abriram as candidaturas à primeira prestação do apoio extraordinário para profissionais da Cultura, os actores e animadores Bruno Rojão e Fabiana Miguel Silva, que juntos formam a dupla Persil Noir, submeteram o seu pedido. Trabalham nos palcos e nas ruas há mais de 15 anos e pela primeira vez, por força da pandemia, viram-se a facturar pouco acima de zero. Tal como as regras deste apoio exigem, ambos estão registados nas Finanças com um Código do IRS (CIRS) do sector cultural, o número 2010, que comprova o seu estatuto de artistas. Porém, acumulam-no com outro, relativo a prestações de serviços indiferenciados. Já corria o mês de Março quando receberam resposta: a candidatura fora indeferida porque o código principal de Classificação Portuguesa de Actividades Económicas (CAE) ou CIRS a que estão vinculados não é elegível.
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