A medida de sucessos e fracassos em Arthur Miller e Simon Stephens
Em poucos dias, Jorge Silva Melo estreia dois espectáculos distantes no tempo mas ensombrados pelo capitalismo nos bastidores do American Dream (A Morte de Um Caixeiro Viajante) e do estrelato rock (Birdland).
Paul (João Pedro Mamede) é uma estrela de rock entediada com o mundo. Vocalista de uma banda que passou, num ápice, de tocar diante de 2 mil pessoas para ser celebrada por multidões em estádios, massas de gente sem rosto e sem nome, está tão acostumado quanto anestesiado por toda a adulação e bajulação de que é alvo. Gasta balúrdios em serviço de quarto dos hotéis faustosos em que é instalado, esbanja fortunas em “flores e artigos diversos” (nome de código para drogas), pede ao manager que lhe compre um helicóptero, seduz mulheres sem descanso, mas nada o faz conseguir rebentar a cápsula de aborrecimento em que vive. Está, talvez, mais próximo disso sempre que tenta minar a relação de amizade com Johnny (Nuno Gonçalo Rodrigues), o seu companheiro na escrita de canções que parecem enfeitiçar hordas de gente.
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