PSD e CDS correm juntos na Madeira - sem o Chega
Sociais-democratas e centristas vão estender acordo de coligação de governo às autarquias onde são oposição e onde apoiam candidatos independentes. A aliança pré-eleitoral está fechada a outros partidos.
Não terá sido pelo apelo, feito na véspera por Rui Rio, que o PSD e o CDS fecharam a porta, na Madeira, à entrada do Chega no acordo de coligação autárquica, que ambos os partidos assinaram nesta quarta-feira no Funchal.
No início deste mês, depois do líder do PSD-Madeira, Miguel Albuquerque, ter admitido um acordo com o Chega - “instrumental” e pós-eleitoral, como sucedeu nos Açores -, o homólogo do CDS, Rui Barreto, apressou-se a dizer que o acordo político para as autárquicas é apenas entre sociais-democratas e centristas. “Partidos extremistas não entram”, sublinhou Barreto, que tem a pasta da Economia no governo de coligação PSD/CDS, liderado por Albuquerque na Madeira.
Ontem, no mesmo hotel no Funchal onde PSD e CDS negociaram o acordo de governo que saiu das legislativas regionais de 2019, Albuquerque admitiu o apoio de independentes à coligação, nomeadamente no Funchal, mas fechou-a à entrada de novos partidos. “Há pessoas da sociedade civil que vão apoiar a coligação”, disse aos jornalistas, depois da assinatura do acordo que formaliza a coligação PSD/CDS em sete dos 11 municípios da região autónoma.
Os dois partidos avançam assim a duas velocidades. Onde são oposição, concorrem coligados, e nas autarquias onde um deles governa, apresentam listas próprias. A excepção é São Vicente, onde os dois partidos já apoiam, desde 2017, o presidente da câmara municipal local, que na altura concorreu como independente.