A questão remonta a 2017, quando o editor John Blake revelou à revista The Spectator ter na sua posse um livro de memórias escrito pelo cantor, no início dos anos 1980, que lhe teria sido entregue pelo próprio Jagger, através de um amigo comum, três anos antes. No entanto, o livro poderia nunca ver a luz do dia: é que, quando Blake contactou o autor, Jagger afirmou não se recordar de ter escrito tal autobiografia.
Mas, afinal, a questão seria outra, como explicou agora sir Mick Jagger ao apresentador Matt Everitt da BBC 6 Music: “Não gostei muito... reviver a minha vida, em detrimento de viver no agora.”
Além do mais, acrescentou Jagger, recordar é muito “exigente” a nível emocional: “Exige muitas emoções reviver, reviver amizades, reviver altos e baixos.” Por fim, o artista concluiu que todo o processo era “aborrecido e perturbador”, acrescentando que, quando desistiu de continuar a escrever as suas memórias, devolveu o dinheiro à editora.
E, segundo cita a BBC, nada indica que as irá terminar um dia, já que, mesmo ao longo do confinamento, não sentiu qualquer vontade de voltar a pegar no projecto, preferindo usar a pena para escrever música. “Escrevi muitas canções e terminei discos”, informou o rock’n’roller de 77 anos e pai de oito.
Uma das músicas que nasceram do confinamento foi precisamente uma sobre este, Eazy sleazy, apresentada na quarta-feira, que gravou em conjunto com o líder dos Foo Fighters, Dave Grohl.