Galp concluiu “primeira ronda de conversas” com trabalhadores de Matosinhos
Sindicato diz que só tem conhecimento de um caso de saída por mútuo acordo. Fábrica de combustíveis já fechou.
A Galp já fechou a fábrica de combustíveis da refinaria de Matosinhos e também concluiu, “no final de Março, a primeira ronda de conversas individuais” com todos os trabalhadores do complexo. Mas não quis revelar quantos trabalhadores aceitaram a rescisão por mútuo acordo e qual será o passo seguinte para quem não a aceitou.
Para o dirigente do SITE Norte, Telmo Silva, a conta é simples: “Que tenhamos conhecimento, só um trabalhador aceitou”.
O dirigente sindical já havia dito ao PÚBLICO, antes do final de Março, que o desfecho mais provável seria “o despedimento colectivo” de cerca de 400 trabalhadores.
Sobre a questão dos trabalhadores, a empresa presidida por Andy Brown diz que “não tem nesta fase nada mais a adiantar”.
Já sobre o cronograma de encerramento do complexo petroquímico, tudo corre como planeado. “O calendário anunciado para o descomissionamento da refinaria de Matosinhos mantém-se em linha com o previsto”, adianta a empresa.
Depois do encerramento da fábrica de combustíveis, deverá seguir-se o fecho das fábricas de óleos base e aromáticos.
De acordo com a informação divulgada pela empresa, os trabalhos de encerramento da refinaria de Matosinhos vão ocorrer em três grandes etapas, que deverão durar pelo menos três anos: descomissionamento, desmantelamento e descontaminação.
O descomissionamento ocorrerá durante 2021, prevendo-se que fique concluído até final de Março na fábrica de combustíveis, até ao fim de Junho nas fábricas de aromáticos e óleos base e até final de Dezembro para as utilidades.
Este processo “destina-se a isentar todas as unidades processuais da presença de produto, preparando os equipamentos de uma forma segura” para serem desmantelados a partir de 2022.
Seguir-se-á a descontaminação dos terrenos, que será feita “de acordo com plano a definir” e que “resultará das alternativas de uso a serem identificadas”, como referiu a Galp anteriormente.
No final, restará apenas um parque de armazenagem de combustíveis com cerca de 70 trabalhadores, incluindo os 14 que trabalham na unidade de mistura e embalamento de lubrificantes.