Autoridades de Las Vegas querem diminuir os gastos com água na cidade e para isso vão propor eliminar os espaços relvados que não têm qualquer utilização.
Las Vegas quer tornar-se a principal cidade modelo nos EUA na contenção e conservação de água, com uma política pioneira no país que proíbe áreas de relva ornamental. As autoridades de Las Vegas passaram as duas últimas décadas a tentar com que as pessoas substituíssem os seus jardins, que consumem vários litros de água, por plantas desérticas, e agora pretendem eliminar cerca de 40% da área de relva não utilizada, conta a Agence France-Presse.
A Southern Nevada Water Authority, instituição fundada em 1991 para mitigar os problemas de água naquela região, estima que haja quase 21 quilómetros quadrados de “relva não funcional” na área metropolitana — relva que ninguém usufrui ou que é usada perto de canteiros de ruas, bairros ou perto de escritórios. A instituição revela que esta relva ornamental requer quatro vezes mais água do que um paisagismo tolerante à seca, composta por cactos ou outras plantas suculentas. Ao proibir estas áreas estimam que a região pode reduzir o consumo anual de água em cerca de 15% e economizar cerca de 53 litros por pessoa, por dia.
Apesar das fontes chamativas, as autoridades da cidade dizem que os residentes de comunidades adoptam várias medidas de conservação, incluindo o monitoramento dos aspersores e sistemas de irrigação.
“A percepção do público fora de Las Vegas é certamente muito diferente — e tem sido por muito tempo — da ética de conservação da água dentro da comunidade”, disse Colby Pellegrino, directora de recursos hídricos do Southern Nevada Water Authority..
O ano passado foi um dos anos mais secos da história da região, quando Las Vegas teve um recorde de 240 dias sem chuvas mensuráveis. E o fluxo futuro do rio Colorado, que é responsável por 90% da água do sul de Nevada, está em questão.
Justin Jones, comissário do condado de Clark que actua no conselho da autoridade hídrica, não acha que proibir a relva ornamental vai destruir a vida das pessoas. “Para ser claro, não vamos atrás de nenhum jardim de um proprietário comum”, disse. “Mas relva no meio de uma avenida, onde ninguém anda é idiota”, explicou.
“As únicas pessoas que já colocaram os pés na relva que está no meio das estradas são as pessoas que cortam a relva”, disse Jones.
A agência possui regulamentações diferentes para pátios e parques públicos. Com base em imagens de satélite, acreditam que a proibição da relva ornamental afectará principalmente as áreas comuns mantidas por associações de proprietários.