Temps d’Images regressa a Lisboa com 14 estreias repartidas por Maio e Outubro
O primeiro momento do festival decorre de 12 de Maio a 6 de Junho em vários espaços de Lisboa.
O Festival Temps d'Images vai regressar este ano dividido em dois momentos, o primeiro em Maio e o segundo em Outubro, apresentando um total de 14 peças multidisciplinares, entre estreias absolutas e primeiras apresentações em vários espaços de Lisboa, anunciou esta terça-feira a organização.
Na sua 19.ª edição, o festival irá retomar a apresentação de obras que intersectam as artes performativas e audiovisuais, abrangendo o teatro, a dança, a instalação e a performance já no seu primeiro momento, entre 12 de Maio e 6 de Junho.
A programação agora anunciada para o chamado Momento I inclui as obras Ghost, de Luís Marrafa (Pequeno Auditório do Centro Cultural de Belém); Mappa Mundi, de Joana de Verona e Eduardo Breda (Galeria Appleton); Andrómeda, de Luciana Fina (Carpintarias de São Lázaro); e Perfect Match, pela companhia de teatro Hotel Europa (Centro de Artes de Lisboa/Primeiros Sintomas).
Este mesmo parceiro do Temps d'Images receberá também YOLO, de Sara Inês Gigante, enquanto as obras Kit de Sobrevivência em Território Masculino, de Marion Thomas, e Sprites of Meadowlands, de Mateja Rot, serão apresentadas no Jardim do Príncipe Real.
O Momento II desta edição do festival multidisciplinar acontecerá entre 22 de Outubro e 7 de Novembro, com um programa “a anunciar oportunamente”, segundo a organização.
Devido aos constrangimentos para conter a pandemia, salas de espectáculos, museus e galerias de arte têm permanecido encerrados por longos períodos e os artistas estiveram impedidos de apresentar os seus trabalhos ao vivo; vários festivais foram cancelados e obrigados a fazer reagendamentos.
“Apresentamos agora sete peças, estreias absolutas ou na cidade, e em Outubro e Novembro voltamos para outras tantas. Pudemos, podemos participar e viabilizar este encontro nos domínios do teatro, dança, performance e instalação”, aponta a directora artística do festival, Mariana Brandão.
A curadora afirma ainda, num texto intitulado Tudo muda? Tudo muda, que o certame “andou na corda bamba, entre resistência e resiliência, em direcção à oportunidade de encontrar, presencialmente, aquilo que agora propõe”.
“Com os criadores e suas equipas, espaços parceiros e financiadores, atravessámos sucessivos planos e reformulações e parece que para além dos resultados deste empenho, tivemos sorte, vamos conseguir levar estas peças até ao público que as queira encontrar, e isto em presença, coisa valiosa nos dias que correm”, vinca.
Para Mariana Brandão, o que acontece “ao vivo” foi “empurrado para a esfera individual, doméstica, virtual”. E com isso “o sucedâneo tornou-se ainda mais inevitável, alastrou ora de forma sub-reptícia, ora com uma violência inédita”.
O Temps d'Images, “festival debruçado sobre as possibilidades da criação artística vivida num determinado espaço e tempo partilhados, quer continuar a existir, mas não quer ser empurrado. Quer adaptar-se às soluções, problemas, propósitos e acções dos artistas que o inventam, continuando sempre a perguntar”.
Em 2020, a 18.ª edição do certame deveria ter sido a primeira dividida em dois momentos do ano, mas acabou por concentrar-se totalmente, devido à pandemia, no segundo momento, que decorreu entre Outubro e Novembro passados.
Desde a sua criação, em 2003, e ao longo de 18 edições, passaram pelo Temps d'Images mais de 350 peças de autores nacionais e internacionais, de diversos formatos e géneros, incluindo a performance, teatro, instalação, cinema, dança, fotografia ou música.
O Temps d'Images é uma produção DuplaCena/Horta Seca financiada pela Direcção-Geral das Artes e pela Câmara Municipal de Lisboa.