Luta democrática da Birmânia chega a palco internacional de concurso de beleza

Modelo Han Lay pede “ajuda internacional urgente” no Miss Grand International.

Aung San Suu Kyi
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Aos 22 anos, a modelo Han Lay defende o retorno à democracia no seu país ATHIT PERAWONGMETHA/Reuters,ATHIT PERAWONGMETHA/Reuters
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A participar num concurso de beleza na Tailândia, a jovem não esquece a situação do seu país ATHIT PERAWONGMETHA/Reuters
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A organização do concurso está preocupada com o futuro da jovem ATHIT PERAWONGMETHA/Reuters
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Han Lay acredita que os manifestantes vão derrubar a junta militar ATHIT PERAWONGMETHA/Reuters
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O golpe de Estado que derrubou o Governo birmanês ocorreu no início de Fevereiro ATHIT PERAWONGMETHA/Reuters
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Acredita-se que mais de meio milhão de pessoas já perderam a vida nas manifestações ATHIT PERAWONGMETHA/Reuters

A modelo Han Lay, da Birmânia, fez-se ouvir num discurso comovente sobre a situação actual do seu país, no concurso de beleza Miss Grand International, na Tailândia. Aos 22 anos, a concorrente birmanesa pediu por “ajuda internacional urgente” num dia em que foram mortos 141 manifestantes pelos militares “egoístas” que estão a “abusar do seu poder”, denuncia.

A modelo admite ter tido dificuldade em concentrar-se durante a competição, sentindo-se culpada devido ao sofrimento que se vive no seu país. “Não posso ser feliz aqui porque enquanto faço actividades diárias, aqui, muitas pessoas estão a morrer na Birmânica”, justifica. Paralelamente, o fundador da competição, Nawat Itsaragrisil, deixou claro que a decisão da jovem em se manifestar contra a junta militar a punha em risco, no regresso a casa, defendo por isso que permaneça no estrangeiro. “Se ela for para a Birmânia agora, não vai para casa, mas vai para a prisão”, avalia.

A Birmânia encontra-se com fortes níveis de violência desde o golpe de Estado de 1 de Fevereiro, com manifestações diárias e protestos com o objectivo de recuperar a democracia, suspensa com o golpe militar. Já morreram mais de 500 pessoas, sendo as vítimas maioritariamente jovens.

Ainda assim, Han Lay não perde a esperança: “Posso dizer uma coisa, nós cidadãos da Birmânia nunca desistiremos”, acrescentando que se as pessoas continuam a “lutar nas ruas”, ela também poderá fazê-lo à sua maneira, no palco. “Se os manifestantes não desistirem, nós vamos vencer”, conclui.