O cantor de R&B The Weeknd, descendente de etíopes, prometeu doar um milhão de dólares (850 mil euros, ao câmbio actual) aos etíopes apanhados no conflito em Tigré. “O meu coração parte-se pelo meu povo da Etiópia, pois civis inocentes, desde crianças pequenas até idosos, estão a ser assassinados sem sentido”, escreveu o artista nas redes sociais.
A luta entre o exército etíope e a Frente de Libertação do Povo Tigré (TPLF) escalou, a partir de meados de Novembro, depois de dois aeroportos terem sido bombardeados pelas forças tigrés, que acusaram o Governo etíope de ter iniciado uma limpeza étnica. Antes, a 9 do mesmo mês, a Amnistia Internacional denunciou um massacre contra a população civil numa aldeia onde centenas de pessoas terão sido esfaqueadas até à morte.
Na sequência do conflito, até agora, mais de dois milhões de pessoas deixaram as suas casas para se afastarem dos combates, enfrentando a fome, sobretudo depois de se ter perdido a época das colheitas por conta do conflito. Em Fevereiro, a União Europeia enviou uma “mensagem forte” e urgente ao governo da Etiópia, exortando condições para o acesso da ajuda humanitária a essas pessoas. Por volta da mesma altura, a Amnistia Internacional denunciou que nos massacres, que descreveu como crimes contra a humanidade, estiveram envolvidas tropas da Eritreia.
As forças da Eritreia começaram a retirar-se depois de o grupo de nações industrializadas do G7 lhes ter pedido que o fizessem a 2 de Abril. O G7, composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, também disse estar “fortemente preocupado” com as notícias de violações dos direitos humanos em Tigré, como assassinatos em massa de civis, violência sexual, pilhagem e o abuso de refugiados.
No Twitter e no Instagram, o cantor anunciou a sua doação ao Programa Alimentar Mundial da ONU com o intuito de pagar dois milhões de refeições.