O Iraque ainda não deu o seu Rambo
Da cultura dos super-heróis, os Russo trazem a solenidade e o peso das dores do mundo, uma espécie de sobre-dramatismo permanente que sufoca tudo e nem deixa as personagens viver bem.
Vindos do “universo Marvel”, os irmãos Anthony e Joe Russo mudam a agulha para lidar com qualquer coisa de mais ancorado na realidade histórica americana de tempos recentes: a ocupação do Iraque e os efeitos traumáticos sofridos pelos ex-combatentes regressados à vida civil. O stress pós-traumático do Iraque tarda a equivaler-se, cinematograficamente falando, à ressaca do Vietname, e se já houve alguns filmes razoáveis sobre o assunto (e muitos outros que nem por isso) o Iraque ainda não gerou o seu Caçador (Michael Cimino), nem o seu Regresso dos Heróis (Ashby), nem mesmo o seu Rambo (A Fúria do Herói, Ted Kotcheff). Provavelmente nunca gerará, mas certo, certo é que não ficamos mais próximo desse momento com Cherry (Apple TV).
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