Um filme falado

Para Andrew Patterson, A Vastidão da Noite joga-se não no que se vê, mas no que se ouve. Uma surpresa muito recomendável e não só aos apreciadores do cinema de género.

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O fascinante em A Vastidão da Noite: a acção é contada, ouvida
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Deve ter sido divertidíssimo ver A Vastidão da Noite num drive-in, pois foi por aí que a distribuição do filme, em plena pandemia, começou nos EUA, com sessões ao ar livre que remetem para o ambiente de época que o filme de Andrew Patterson evoca. Mas, ao mesmo tempo, há qualquer coisa de intimista no minimalismo deliberado com que o cineasta estreante encena a sua história que quase pede a “caixa negra” da sala de cinema (ou do ecrã caseiro — é um exclusivo da Amazon Prime). É que muito pouco se vê efectivamente nesta evocação de uma noite misteriosa no Novo México de finais dos anos 1950. Quase tudo é sugerido mais do que visto, e tudo gira em volta do som — emissões de rádio, interferências, vozes que parecem vir de longe ou pronunciar palavras de gelar o sangue.

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