Candidato da oposição no Congo morre de covid-19 um dia depois das eleições

Guy Kolelas estava a caminho de França para receber tratamento, mas acabou por morrer. Presidente Nguesso deve ser reeleito facilmente.

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Cartaz da candidatura de Guy Kolelas às eleições presidenciais congolesas HEREWARD HOLLAND / Reuters

O principal candidato da oposição às eleições presidenciais no Congo morreu um dia depois da votação na sequência da infecção pelo vírus SARS-CoV-2.

Guy Brice Parfait Kolelas tinha sido hospitalizado na véspera das eleições de domingo depois de a sua condição clínica se ter agravado. Morreu quando estava a bordo de um avião médico a caminho de França, onde pretendia ser submetido a um tratamento de urgência, disse o director de campanha.

A última vez que o político de 61 anos apareceu foi num vídeo, já estava hospitalizado e com uma máscara de oxigénio. Com uma voz débil, Kolelas apelou aos congoleses para irem votar no dia seguinte e admitiu estar a “combater a morte”.

“Peço-vos que se ergam e votem pela mudança. [Assim] a minha luta não terá sido em vão”, disse o candidato, citado pela Al-Jazeera. A morte de um dos candidatos não implica a anulação das eleições, de acordo com a lei eleitoral, diz a BBC.

Kolelas era o candidato mais bem colocado para derrotar o actual Presidente, Sassou Nguesso, que está no poder desde 1979, com a excepção de cinco anos nos anos 1990, embora fosse visto como o favorito.

Nas últimas eleições, em 2016, Nguesso derrotou Kolelas, obtendo mais de 60% dos votos contra apenas 15% do seu adversário. O pai do candidato, Bernard Kolelas, foi primeiro-ministro do Congo durante um breve período em 1997, quando o país estava em guerra civil.

A contagem dos votos deve demorar vários dias, mas poucos esperam outro desfecho que não uma nova vitória de Nguesso. A oposição acusa o Presidente de controlar os órgãos eleitorais e praticamente não existe margem para que possam difundir o seu programa. Na recta final da campanha, a rede de Internet no país chegou a ser cortada.

Kolelas diz que Nguesso está a montar um “Estado policial” no Congo, e a conferência episcopal congolesa manifestou “reservas sérias” sobre a transparência das eleições.

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