Mais de 300 crianças abusadas sexualmente por membros do clero em Colónia
Mais de metade dos abusos envolveram crianças com menos de 14 anos, principalmente meninos.
Um relatório independente pedido pela Igreja Católica na Alemanha concluiu que 314 menores sofreram violência sexual por parte de 202 membros do clero e leigos entre 1975 e 2018 na diocese alemã de Colónia.
Mais de metade dos abusos envolveram crianças com menos de 14 anos, principalmente meninos, indicou o advogado Björn Gercke durante a apresentação do relatório de cerca de 800 páginas sobre a maior diocese da Alemanha.
O documento isenta o cardeal conservador Rainer Maria Woelki de querer esconder a extensão dos abusos sexuais contra crianças. A gestão deste assunto delicado pelo clérigo gerou uma grave crise na diocese de Colónia.
Woelki causou alvoroço em 2020 ao recusar-se a tornar público um primeiro relatório elaborado a seu pedido por um escritório de advocacia de Munique, alegando violação da protecção de dados.
A decisão exasperou as vítimas, provocou a fuga em massa de fiéis da diocese e a incompreensão de seus pares.
“É a maior crise que a Igreja já viveu”, estima Tim Kurzbach, presidente do conselho diocesano de Colónia, que reúne eclesiásticos e leigos.
A comunicação do cardeal Woelki é “um desastre”, considerou o chefe da assembleia dos bispos Georg Bätzing no final de Fevereiro, numa crítica invulgarmente severa.