“Deixei a Grã-Bretanha para escapar da imprensa tóxica”, diz o príncipe Harry
O neto de Isabel II disse, em entrevista a James Corden, que está “mais descontraído a ver The Crown ” do que a ler o que escrevem os tablóides sobre a família.
Na semana passada, o Palácio de Buckingham informou que o príncipe Harry e Meghan Markle cortaram os últimos laços que ainda os uniam à família real britânica. Agora o neto de Isabel II explica que terá abandonado os deveres reais por culpa da “imprensa tóxica” que estava a destruir a sua saúde mental. O príncipe deixou, no entanto, a salvaguarda que não se está a afastar do serviço público nem da monarquia.
Além de abandonarem os deveres reais, como “castigo”, o Palácio fez saber que as nomeações militares honorárias (algo que ferirá particularmente Harry, que cumpriu duas missões no Afeganistão) e os patrocínios reais dos duques de Sussex terão de ser devolvidos à monarca. Em Janeiro de 2020, Harry e Meghan espantaram o mundo ao anunciar que deixariam os deveres reais e abandonariam o Reino Unido. Agora, vivem na Califórnia e vão dar uma entrevista a Oprah, no próximo dia 7 de Março.
Na altura, o casal não justificou propriamente o motivo da decisão, mas agora Harry esclarece que se tratou de “abandonar”. “Eu estava a dar um passo atrás e não a renunciar. Havia um ambiente muito complicado e penso que muitas pessoas terão percebido”, explica o príncipe, numa entrevista dada ao humorista James Corden — amigo próximo do casal que marcou presença no casamento — para o talk-show Late Late Show.
Pela primeira vez, Harry falou sobre os motivos que o levaram a sair do Reino Unido com Meghan Markle e Archie, o filho de ambos: “Todos sabemos como pode ser a imprensa britânica e estava a destruir a minha saúde mental. Pensei que aquilo era tóxico.” Foi então que tomou uma decisão: “Fiz o que qualquer marido e qualquer pai faria — ‘preciso tirar a minha família daqui’.”
A entrevista com James Corden foi gravada num autocarro turístico em Los Angeles. Durante 17 minutos falam sobre tudo um pouco — numa abertura pouco característica da famíliar real. O príncipe disse não estar preocupado “com quaisquer decisões tomadas daquele lado”, referindo-se ao Reino Unido. “Nunca me vou embora”, sublinhou Harry. A imprensa britânica tem especulado sobre a reacção do neto de Isabel II à retirada das nomeações militares honorárias, especialmente ligadas ao exército, onde serviu dez anos. Harry deixou, ainda, bem claro que a sua “vida é serviço público”. “Onde quer que esteja no mundo, vai ser a mesma coisa”, garantiu.
Houve ainda tempo para conversar sobre outros assuntos, nomeadamente sobre a série The Crown — sobre Isabel II e a família real britânica — produzida pela Netflix. O príncipe sublinhou que a série é apenas “vagamente” baseada na história verdadeira. Aproveitou a oportunidade para lançar mais farpas à imprensa tablóide: “Estou mais descontraído a ver The Crown do que estou ao ler o que escrevem sobre a minha família, a minha mulher ou sobre mim. Aquilo é obviamente ficção, mas a informação nos jornais é veiculada como se fosse factual, porque supostamente são notícias”. Todavia, Harry explicou que a série da Netflix “dá uma ideia geral de como é aquele estilo de vida, as pressões de pôr o dever e o serviço acima da família, de tudo o resto, e o que daí pode advir”.
Ficamos também a saber duas curiosidades. A primeira palavra de Archie, o filho de um ano dos duques de Sussex, foi ‘crocodilo’. O filho da princesa Diana contou ainda que avó, a rainha Isabel II, lhe ofereceu no Natal uma máquina de fazer waffles.
Recorde-se que o casal anunciou este mês que estava à espera do segundo filho. Aliás, nos últimos dois anos, não tem havido forma de contornar a popularidade do casal, sempre que há uma notícia a envolvê-lo. No início de Fevereiro, Meghan Markle venceu uma batalha privada contra um jornal britânico por “práticas desumanas”. A duquesa processou a Associated Newspapers, depois do seu jornal Mail on Sunday ter imprimido partes de uma carta escrita à mão que enviou ao seu pai, Thomas Markle, em Agosto de 2018.