Juan Guaidó solidário com embaixadora da União Europeia alvo de expulsão na Venezuela

O ex-presidente do parlamento da Venezuela solidarizou-se com a embaixadora da União Europeia, a portuguesa Isabel Brilhante Pedrosa, a quem o Governo venezuelano ordenou que abandone o país em 72 horas.

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Reuters/MANAURE QUINTERO

O ex-presidente do parlamento da Venezuela, Juan Guaidó, solidarizou-se com a embaixadora da União Europeia (UE), a portuguesa Isabel Brilhante Pedrosa, a quem o Governo venezuelano ordenou que abandone o país em 72 horas.

“Nos solidarizamos com a embaixada da UE em Caracas, que sempre demonstrou o seu apoio na defesa dos Direitos Humanos e da democracia na Venezuela, em nome da Europa”, escreveu na conta do Twitter o principal opositor do regime de Nicolás Maduro.

Juan Guaidó afirma ainda que “a soberba do ditador, perante o fracasso da fraude” das eleições legislativas de 6 de Dezembro de 2020, “isola-o mais do mundo e pretende arrastar o país com ele”, numa alusão ao Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

O Governo venezuelano notificou a embaixadora da União Europeia de que foi declarada persona non grata e deverá abandonar o país nas próximas 72 horas, anunciou o executivo.

A notificação foi feita pelo ministro Jorge Arreaza durante uma reunião em Caracas, em que referiu ter sido uma medida que “não gostaria de protagonizar, mas que as circunstâncias de agressão não deixam outra opção”. “A República da Venezuela é irrevogavelmente livre e independente e fundamenta o seu património moral nos seus valores de liberdade, igualdade, justiça e paz internacional, na doutrina do Libertador Simón Bolívar”, disse à televisão estatal venezuelana.

O parlamento venezuelano, de maioria “chavista”, aprovou na terça-feira, por unanimidade, uma resolução pedindo ao Governo do Presidente Nicolás Maduro que declarasse persona non grata a embaixadora da União Europeia (UE) em Caracas.

A aprovação teve lugar depois de a UE adicionar 19 pessoas à lista de sanções contra personalidades do Governo venezuelano, uma decisão que Caracas diz ser “errática” e atribui ao “fracasso dos planos intervencionistas” europeus.

A decisão de expandir o número de sancionados prende-se com as eleições legislativas que tiveram lugar em Dezembro de 2020 na Venezuela e que os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE se recusaram a reconhecer como “credíveis, inclusivas e transparentes”.

Com o acrescento destes 19 indivíduos, o pacote de sanções contra a Venezuela visa agora um total de 55 personalidades, que estão proibidas de viajar para a Europa e têm os seus bens congelados no espaço europeu.

Esta é a segunda vez que a Venezuela declara a representante da União Europeia na Venezuela como persona non grata. Em 29 de Maio de 2020, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou a sua expulsão, dando-lhe 72 horas para abandonar o país.

A decisão de Nicolás Maduro foi tomada poucas horas depois de Bruxelas ter sancionado mais 11 funcionários de Caracas.

A 2 de Julho, Nicolás Maduro saudou um acordo entre Bruxelas e Caracas para suspender a expulsão da diplomata e instou a UE a mudar a relação com o país sul-americano. “[Peço] que a UE entre noutro entendimento e que haja uma rectificação profunda, histórica, sobre o papel que tem tido na sua relação com a Venezuela”, disse Nicolás Maduro.