Marta Temido diz que Governo ainda está a reflectir sobre datas para desconfinar. Escolas devem abrir primeiro

Governo ainda não tem data definida para a reabertura do país. A ministra da Saúde deixou um alerta para os riscos do relaxamento e avisa que devem ser as escolas o primeiro sector do país a abrir.

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LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO

A ministra da Saúde, Marta Temido, disse esta segunda-feira, no final da reunião do Infarmed, que o Governo ainda não tem data prevista para iniciar o desconfinamento, alertando, ainda, para os perigos do relaxamento. Ainda assim, a governante adiantou que as escolas devem ser o primeiro sector do país a abrir.

Questionada sobre uma possível data para o desconfinamento, Marta Temido afirmou que o Governo está a reflectir sobre “os momentos em que se deve começar a equacionar” essas medidas e por onde se deve começar a aplicá-las. “Este não é o momento de falar de tempos ou de modos, lá chegaremos. Todas as hipóteses neste contexto são hipóteses de cenários que são possíveis”, disse.

Sobre as escolas, a titular da pasta da Saúde disse o mesmo que já tinha sido mencionado por Mariana Vieira da Silva no sábado. “Tendo o Governo referido várias vezes que o último encerramento que desejaria ter feito era o das actividades escolares é coerente que se pense que num processo contrário também pelas actividades escolares de iniciará o processo”.

Ainda assim, Marta Temido chamou a atenção para o número de doentes internados que Portugal ainda tem e para os cuidados necessários que é preciso alocar a outras patologias. “Este é o momento de nos concentrarmos em conter a transmissão da doença, em melhorar aquilo que é a resposta a outras áreas que não a área covid-19, em apostar na rapidez do processo de vacinação e na protecção dos mais frágeis e vulneráveis”.

Durante a reunião de especialistas que decorreu esta segunda-feira no Infarmed, Baltazar Nunes, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, tinha explicado que, em termos de ocupação em unidades de cuidados intensivos por doentes com covid-19, se está “numa fase de decréscimo do número de camas, mas ainda com valores bastante elevados”. Segundo o especialista, só no final de Março deveremos ter menos de 200 camas ocupadas em unidades de cuidados intensivos.

Mobilidade aumentou na última semana. Marta Temido alerta para “relaxamento” precoce

Marta Temido deu ainda conta do aumento da mobilidade verificado nos últimos dias, alertando para o risco que o relaxamento precoce pode ter na evolução da situação pandémica do país.

“Na ultima semana, o índice de mobilidade aumentou ligeiramente, e este é um aspecto que deve suscitar atenção na medida em que sabemos que os valores a que chegamos são valores que resultam de um esforço e se esse esforço se inverter voltaremos a atingir números de incidência e números de risco de transição que não são compatíveis com o que precisámos de garantir”, referiu Marta Temido. "Nada disto está adquirido e tudo depende de cada um de nós e das medidas combinadas. [Deixo] uma nota de preocupação para algum relaxamento sem nenhuma alternação legislativa”.

Portugal teve, desde a passada segunda-feira, uma média de 1744 novos casos de infecção e de 91 mortes por dia. Neste domingo, registaram-se 549 casos de infecção, o número mais baixo desde 6 de Outubro. Segundo os últimos dados da DGS, existiam 3322 pessoas internadas, 627 destas nos cuidados intensivos.

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