Rússia reporta à OMS primeiro caso de infecção humana com H5N8

Até à data, não há sinal de transmissão entre humanos deste vírus da gripe das aves, diz o país.

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JENS BUETTNER/EPA

A Rússia registou o primeiro caso de uma estirpe do vírus H5N8 que passou das aves para humanos e reportou o caso à Organização Mundial de Saúde (OMS), disse neste sábado Anna Popova, responsável pelo serviço federal de vigilância da protecção dos direitos do consumidor e do bem-estar humano, Rospotrebnadzor.

Não é a primeira vez que um surto da estirpe H5N8 é reportado em aves de capoeira – nos últimos meses, registaram-se surtos na Rússia, Europa, China, Médio Oriente e Norte de África. Já se sabe que outras estripes, como a H5N1, H7N9 e H9N2, podem disseminar-se entre os seres humanos.

A Rússia reportou o caso à OMS “há vários dias, assim que tivemos a certeza absoluta dos nossos resultados”, afirmou Popova ao canal Rossiya 24.

Até à data, não há sinal de transmissão entre humanos, acrescentou.

Sete trabalhadores de um aviário no sul da Rússia foram infectados com a variante H5N8 quando houve um surto no local em Dezembro, afirmou, acrescentando estarem bem agora.

“A situação não conheceu mais desenvolvimentos”, disse ainda Popova.

Num e-mail, o braço europeu da OMS afirmou ter sido notificado pela Rússia sobre um caso de infecção humana com H5N8, tendo reconhecido que seria o primeiro registo de uma infecção em humanos.

“A informação preliminar indica que os casos notificados eram de trabalhadores expostos a aves”, lê-se ainda no e-mail. “Estão assintomáticos e não foi reportada qualquer transmissão entre humanos.”

“Estamos a falar com as autoridades nacionais para recolher mais informações e avaliar o impacto deste caso na saúde pública”, acrescenta o e-mail.

A maioria das infecções da gripe das aves em humanos resulta do contacto directo com aves infectadas, vivas ou mortas. Os alimentos cozinhados são considerados seguros.

Os surtos em aviários levam, muitas vezes, à morte das aves que lá vivem para evitar a propagação do vírus e que os países importadores tenham de impor restrições comerciais.

O instituto estatal para a investigação nas áreas da Virologia e Biotecnologia, Vector, na Sibéria disse no sábado que iria começar a desenvolver testes em humanos e uma vacina contra o H5N8, informou a agência noticiosa RIA.