Músico Marilyn Manson investigado por violência doméstica

O cantor garante que os seus “relacionamentos íntimos foram sempre inteiramente consensuais com parceiros com pensamento semelhante”.

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Marilyn Manson Reuters/DANNY MOLOSHOK

O músico norte-americano Marilyn Manson está a ser investigado por casos de violência doméstica alegadamente ocorridos há cerca de 10 anos, afirmou, na sexta-feira, o Departamento de Polícia do Condado de Los Angeles.

A declaração da Polícia, na sequência de denúncias públicas da sua ex-noiva e de outras mulheres, refere que os incidentes tiveram lugar entre 2009 e 2011, quando Manson, cujo verdadeiro nome é Brian Warner, vivia na cidade de West Hollywood.

Sem confirmar a identidade da alegada vítima, a declaração adianta que os incidentes estão a ser investigados pelo Gabinete de Vítimas Especiais.

No final de Janeiro, Manson foi publicamente acusado por várias mulheres, incluindo a ex-noiva Evan Rachel Wood, de violação e assédio sexual, e reagiu considerando as acusações “distorções horríveis da realidade”.

“Obviamente, a minha arte e a minha vida têm sido ímanes para a controvérsia, mas estas alegações recentes sobre mim são distorções horríveis da realidade”, lê-se numa publicação partilhada na altura na página oficial do artista, na rede social Instagram.

O cantor garante que os seus “relacionamentos íntimos foram sempre inteiramente consensuais com parceiros com pensamento semelhante”, e que “outros estão agora a escolher deturpar o passado”.

Pelo menos cinco mulheres publicaram no Instagram, praticamente em simultâneo, denúncias contra Marilyn Manson, sobre quem há vários anos recaem suspeitas de abuso sexual.

Em 2018, a procuradoria do condado de Los Angeles ponderou uma acusação formal a Manson por crimes de agressão e violência sexual, alegadamente cometidos em 2011, mas concluiu não haver elementos de prova suficientes para avançar.

A alegada vítima foi então identificada apenas como uma relação social do artista.   

Em 2018, a actriz Evan Rachel Wood, que fez parte, entre outros, do elenco da série Westworld, contou, durante audiências que decorreram no Congresso dos Estados Unidos da América (EUA), que tinha sido violada, sem, no entanto, revelar a identidade do agressor.

Na publicação que partilhou em Janeiro na sua conta oficial no Instagram, Evan Rachel Wood, de 33 anos, revelou o nome: “Brian Warner, também conhecido pelo mundo como Marilyn Manson”.

A actriz contou que o músico a começou “a aliciar” quando era ainda adolescente e “abusou horrivelmente” dela “durante anos”.

“Estou cansada de viver com medo de represálias, de calúnias e de chantagem”, escreveu Evan Rachel Wood.

A relação entre ambos foi tornada pública em 2007, quando Manson tinha 38 anos e Wood 19, e acabou em 2010, já com o noivado anunciado.

Também através de publicações partilhadas no Instagram, outras quatro mulheres acusaram o artista norte-americano de abusos sexuais, manipulação, assédio sexual, maus-tratos e ameaças.

Marilyn Manson, de 52 anos, ficou conhecido pela criação de uma personagem de inspiração gótica e o seu nome é uma junção do nome próprio da icónica actriz norte-americana Marilyn Monroe com o apelido do homicida Charles Manson, responsável pela morte da actriz Sharon Tate.

Algumas das mulheres que dizem que foram violadas pelo artista revelaram que eram antigas “groupies”, e retrataram uma personagem sedutora, manipuladora, que as amarrava, ameaçava e obrigava ao consumo de drogas.

Em 2009, em entrevista à revista Spin, Manson disse que tinha “todos os dias a fantasia de pulverizar” o crânio da ex-noiva “com um martelo”.

O cantor norte-americano já actuou várias vezes em Portugal, a última das quais em Junho de 2018, no Campo Pequeno, em Lisboa, onde apresentou ao vivo o décimo disco, Heaven Upside Down.

Brian Warner estreou-se em disco em 1994, com Portrait of an American Family, ao qual se seguiu Antichrist Superstar, álbum que vendeu milhões de cópias.