Lisboa vai ter até ao fim de Março uma rede de sensores espalhada pela cidade que permitirá conhecer a qualidade do ar e os níveis de ruído em tempo real.

Serão instalados 658 sensores em 80 estações, revelou esta quinta-feira o presidente da câmara, Fernando Medina, nas suas redes sociais. O projecto é apresentado oficialmente esta sexta pelo vereador do Ambiente, José Sá Fernandes. Trata-se de um investimento a rondar os 350 mil euros, parcialmente financiado por fundos europeus, que visa dar à câmara um retrato mais completo sobre a qualidade do ar, o ruído e o microclima urbano na cidade.

Medina explica que “a partir de 31 de Março toda a informação medida estará disponível em tempo real a qualquer cidadão”, permitindo aceder a dados “que até hoje só podiam ser conhecidos em estudos pontuais”.

Os níveis de poluição em Lisboa têm-se tornado motivo de cada vez maior preocupação para cidadãos e associações ambientalistas. Em 2019, a assembleia municipal chegou a analisar três petições em simultâneo sobre a poluição do ar e sonora causada pelos aviões que sobrevoam a cidade, os cruzeiros que nela aportam e os carros que nela circulam.

Acusada de não dar a devida atenção ao assunto, a câmara reagiu lançando um concurso para a compra destes sensores. Os números foram variando: há um ano, Sá Fernandes anunciou a instalação de 30 a 40 sensores; em Novembro já eram 200; agora Medina fala em 658. 

Um mapa revelado por Medina mostra uma dispersão dos sensores pela cidade, mas uma concentração maior no centro. Nas freguesias da Misericórdia, de Santa Maria Maior e de São Vicente ficarão dez estações. Carnide, Santa Clara e Belém terão uma estação cada uma, enquanto Benfica, São Domingos de Benfica, Alvalade, Olivais, Marvila e Parque das Nações vão ter mais de três estações.

Actualmente, a cidade conta apenas com estações de medição da qualidade do ar em Santa Cruz de Benfica, Restelo, Beato, Olivais, Entrecampos e Av. da Liberdade.