Quem limpa o ar das nossas cidades?
Elegeram o diesel como inimigo, quando o diesel é o veneno. O combate contra a morte prematura de europeus segue em passo de caracol, numa cacofonia em que autarcas processam governos, cidadãos processam autarcas e políticos, cientistas e empresários esgrimem acusações entre eles. Enquanto isso, a indústria continua a guardar os lucros.
A Europa prometeu-nos melhores transportes, menos poluição, cidades mais limpas. Mas até hoje não desengatou um plano de acção que permitisse uma abordagem coerente, transversal. Os textos que saem de Bruxelas ou Estrasburgo, como um dos mais recentes sobre esta matéria, estão recheados de supostas provas desse compromisso com a nossa saúde. “Instamos os governos”, “convidamos os Estados-membros”, “chamamos a atenção para”, lê-se na resolução de 13 de Março do Parlamento Europeu, “sobre uma Europa que protege: ar limpo para todos”. E, no entanto, quando nos metemos à estrada, para ver o que está a ser feito por essa Europa fora, esbarramos com uma realidade que desmente discursos e somos atropelados por dados que contrariam apresentações em PowerPoint.
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