Seis videojogos para fugir ao confinamento sem sair de casa

E se pudéssemos lutar contra zombies num mundo apocalíptico, tentar sobreviver no meio do oceano ou criar sociedades paralelas, sem sair de casa? A verdade é que podemos. Numa altura em que o mundo real parece estar parado, os videojogos podem ser um bom escape à realidade.

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Hello Lightbulb/Unsplash

Em confinamento e com a vida real em pausa, os videojogos são reconfortantes. Uns são antigos, outros mais actuais, mas todos servem o mesmo propósito: ajudar-nos a escapar à realidade. E se pudéssemos sair deste mundo, desvendar mistérios, combater zombies e lutar pela sobrevivência noutro planeta? Viver onde quisermos e ver mais do que as divisões da nossa casa e as ruas vazias pela janela? Com os videojogos, podemos. Enquanto uns jogam para fugir à realidade da pandemia, outros fazem-no para manter o contacto com amigos. O P3  escolheu alguns dos melhores para experimentares. Esta é a lista de videojogos que te podem fazer companhia durante o confinamento.

Paradise Killer (PC, Switch)

Desenvolvido pelo estúdio Kaizen Game Works, Paradise Killer é aquele jogo impossível de não se gostar, lançado num ano que se detestou, 2020. A história deste jogo parece ter saído do Cluedo. É um jogo revigorante em que podemos explorar livremente a cidade, num momento em que não o podemos fazer na realidade. É a vacina contra o stress de ficar diariamente fechado entre quatro paredes em pleno confinamento. Cada pessoa joga com a investigadora Lady Love Dies, uma agente que encanta com o sotaque britânico e cuja tarefa é descobrir quem é o autor de um terrível assassínio ocorrido em Paradise Killer. As pistas surgem à medida que a inspectora analisa as provas do crime e interroga os suspeitos.

Carmelina Silence, Doctor Doom Jazz ou Crimson Acid são apenas alguns deles, membros de um sindicato de imortais que exploram os habitantes para manterem uma posição confortável. As pistas sobre o assassínio são tão perturbadoras e imperceptíveis a olho nu que se torna verdadeiramente interessante juntar as peças do puzzle e, de seguida, tentar responsabilizar o culpado. 

The Sims (PC, Mac, Xbox One e PlayStation 4)

Em 2000, a Maxis e a Electronic Arts (EA) criaram um jogo que resiste ao tempo. Mais de duas décadas depois, o que começou como um simulador arquitectónico rapidamente se transformou num jogo focado na vida doméstica. The Sims continua a ser o mais jogado de sempre. Mas o que tem de tão especial? A liberdade e a possibilidade de alcançar a vida perfeita.

Podemos optar por jogar com a vida, assumirmos as identidades que quisermos, as vezes que quisermos, ter a vida que sempre desejámos e criar sociedades paralelas enquanto não saímos de casa. Podemos construir uma personagem, uma casa, conhecer outros Sim e moldar gerações. Ou, então, queimar tudo e afogar o Sim numa piscina.

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The Sims/Maxis EA

Acima de tudo, a ficção em The Sims dá aos jogadores o poder de brincar com a vida e fazer coisas absurdas que nunca fariam no mundo real, como comprar edifícios e ficar sem dinheiro, construir monstros, ter um teletransporte ou um robot como melhor amigo, ser um Sim planta ou ser raptado por extraterrestres. Tudo depende da versão (há quatro) e do pacote de expansão. The Sims tem ainda um tom humorístico, que chega mesmo a ser pateta. A língua, o Slimish, é completamente indecifrável, o dinheiro é em Simoleons e as situações quotidianas são inimagináveis. Nesta realidade, o jogador é inserido num ambiente harmonioso e tranquilo, mas do qual nunca está a salvo. De repente, há um meteorito que cai no jardim, o Sim morre das causas mais absurdas, como consertar uma televisão e ter visitas, e até tornar-se amigo de um Grim Reaper (símbolo da morte) sociável.

The Last of Us (PlayStation 3 e 4)

A pandemia de covid-19 parece ter trazido um sentimento de impotência partilhado por todos nós. Lutar contra um vírus invisível é uma batalha desonesta, mas e se pudéssemos personificá-lo de alguma forma? The Last of Us (2013) e a sua sequência, The Last of Us Part II (2020), desenvolvidos pela Naughty Dogdão-nos essa oportunidade.

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THE LAST OF US/NAUGHTY DOG

Num mundo assolado por uma pandemia do dia para a noite, que transforma humanos em criaturas semelhantes a zombies (os “Infectados”), a verdadeira história do jogo passa-se mais de 20 anos depois, num futuro distópico, frio e amargo. A palavra sobrevivência define esta jornada, mas por entre vinganças e traições vive a esperança de uma cura. E enquanto esta não é encontrada, o jogo dá-nos a oportunidade de viver aventuras estimulantes, explorar cidades abandonadas e “estourar” alguns miolos de zombie – uma experiência, no mínimo, catártica, tendo em conta o contexto que enfrentámos.

Minecraft (disponível em todas as plataformas)

Se preferires construir em vez de destruir, um retorno ao clássico Minecraft (2011) parece ser a opção ideal. As horas transformam-se em minutos – literalmente, já que um dia, no jogo, dura 20 minutos reais –, enquanto se explora uma área sete vezes maior do que a do planeta Terra. 

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MINECRAFT/MOJANG STUDIOS

Desenvolvido pela Mojang, o jogo está dividido em vários modos, que te permitem soltares o aventureiro ou criativo que há ti. No modo de sobrevivência, o objectivo é reunir recursos naturais para criar esconderijos, que te protegem de ataques nocturnos de criaturas hostis, bem como recolher comida para manteres o teu avatar vivo. Já no modo criativo, podes dar asas à tua imaginação para criares abrigos, edifícios e cidades inteiras ou, simplesmente, voar e descobrir o mundo. A criatividade é mesmo o limite deste jogo e não há oferta melhor para a quarentena do que deixá-la fluir. Numa época em que não podemos pôr um pé fora de casa, criar o nosso próprio mundo, sem qualquer tipo de restrições, é, definitivamente, a experiência de evasão que faltava.

Subnautica (PC, X-Box One, PlayStation 4)

Estás isolado, mas já não estás fechado em casa. Agora, encontras-te num planeta alienígena e para saíres tens de explorar o oceano em busca de recursos para te manteres vivo. Num jogo que oscila entre a aventura e o terror, o jogador tem de encontrar soluções rápidas para as adversidades que lhe vão sendo apresentadas.

Desenvolvido pela Unknown Worlds Entertainment, lançado em 2018, com uma versão early access em 2014, Subnautica é um jogo imersivo que testa a coragem do jogador ao inseri-lo em situações desconhecidas, tentando dominá-lo com um suspense e terror constantes. Construir habitações submersas, desvendar mistérios, ir à procura dos meios para escapar do planeta 4546-B com vida são alguns dos desafios lançados no decorrer do jogo. Podes gerir a tua vida e explorar o oceano “sem ajuda” no modo sobrevivência – se és dos destemidos, que aguentam ter apenas uma vida e nenhum alerta de oxigénio, podes jogar em modo difícil  ou, então, dar asas à imaginação e construir a tua base aquática de sonho, jogando em modo criativo. Podes não escapar ao confinamento, mas aqui o desafio é outro: consegues escapar do planeta 4546-B?

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SUBNAUTICA

Raft (PC)

Em confinamento há sempre a sensação de que pouco se passa à nossa volta  e partir para uma missão de sobrevivência numa jangada é uma opção a considerar. Em Raft, um jogo de sobrevivência desenvolvido pela Redbeet Interactive e publicado pela Axolot Games em 2018, a missão é sobreviver a uma aventura oceânica épica num mar perigoso. O jogador acorda, perdido no oceano, preso numa pequena jangada sem sinal de terra à vista.

Como único recurso tens um anzol de plástico velho. Para sobreviver, deves recolher destroços, expandir o tamanho da tua jangada e manter-te a salvo dos perigos do mar. Sozinho ou com amigos, a jangada lança o jogador para uma aventura perigosa onde, para além da sobrevivência, o objectivo é construir uma casa flutuante. Com boas críticas em relação aos gráficos, boa jogabilidade e grandes desafios, Raft é o jogo ideal para passar o tempo em quarentena. Mas tem cuidado com o tubarão devorador de homens determinado a terminar a tua viagem.

Texto editado por Ana Maria Henriques

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RAFT
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