Ébola regressa à Guiné-Conacri cinco anos depois do maior surto da história
Três pessoas morreram e mais cinco testaram positivo para a doença no sudeste da Guiné, os primeiros casos da doença no país desde o pior surto mundial de 2013-2016 que matou mais de 11.300 pessoas na África Ocidental.
A Guiné-Conacri registou os primeiros casos de ébola no país desde o pior surto da doença na África Ocidental que entre 2013 e 2016 matou mais de 11.300 pessoas na Libéria, Serra Leoa e Guiné-Conacri – quase 2500 em território guineense.
Três pessoas morreram e mais cinco testaram positivo para o vírus no Sudeste do país, de acordo com informação avançada pela direcção de saúde guineense. Há ainda dúvidas se uma enfermeira que foi a enterrar no dia 1 de Fevereiro morreu ou não infectada pelo vírus que provoca febre hemorrágica e tem uma taxa de letalidade elevada (de 25 a 90%).
As autoridades de saúde estão a levar uma segunda leva de testes para confirmar os diagnósticos de ébola e procuram fazer o rastreamento dos pacientes para conseguir localizar aqueles com quem tiveram contacto e isolá-los.
A Guiné-Conacri contactou a Organização Mundial de Saúde e outras agências internacionais de saúde para adquirir vacinas que nos últimos anos têm aumentado substancialmente as probabilidades de sobrevivência à infecção.
“A Organização Mundial de Saúde está a aumentar os esforços de prontidão & resposta para esta ressurgência potencial do ébola na África Ocidental, uma região que sofreu tanto com o ébola em 2014”, escreveu no Twitter a directora para África da organização, Matshidiso Moeti.
As vacinas e a melhoria dos tratamentos ajudaram nos esforços para controlar o segundo maior surto de ébola em Junho passado na República Democrática do Congo, onde a doença foi diagnosticada pela primeira vez em 1976. Em dois anos, o vírus matou mais de 2200 pessoas.
A RD Congo encontrou três novos casos da doença este mês num dos epicentros da anterior epidemia, a província de Kivu do Norte, no Leste do país.
O virus do ébola provoca vómitos fortes e diarreia e é transmitida através do contacto com fluidos corporais. Tem uma taxa de letalidade maior que a covid-19, mas, ao contrário desta, não é transmitida por portadores assintomáticos.