Filme recordista CODA conquista festival de Sundance
A longa-metragem de Siân Heder, cujos direitos a Apple adquiriu por 25 milhões de dólares (o valor máximo alguma vez pago por um filme em Sundance), venceu quatro categorias, designadamente os grandes prémios do júri e do público na categoria de drama.
O filme CODA, de Siân Heder, venceu quatro categorias no festival de Sundance, nos Estados Unidos, dias depois de a Apple ter adquirido a exclusividade de direitos sobre aquela longa-metragem por um valor recorde de 25 milhões de dólares.
CODA (sigla, em inglês, de Filhos de Pais Surdos), sobre uma jovem sem problemas de audição numa família de surdos, foi bem acolhido pela crítica no festival de cinema que se realizou virtualmente, levando a revista The Hollywood Reporter a classificá-lo como “um filme capaz de aquecer corações de forma radiante e profundamente satisfatória, que lembra as gratificações reconfortantes, até catárticas, de uma história animadora bem contada”.
Remake do filme francês A Família Bélier, de 2014, CODA venceu os grandes prémios do júri e do público na categoria de drama, bem como o galardão para melhor realização nessa mesma categoria. A longa-metragem ganhou ainda uma distinção especial do júri pelo elenco.
“Vou chorar”, disse Heder no momento de aceitar um dos prémios, antes de acrescentar: “O processo de fazer este filme foi tão incrível e penso que todos saímos dele com tanto amor uns pelos outros.”
Dias antes, a publicação Deadline noticiara que a Apple tinha comprado os direitos de CODA por 25 milhões de dólares (20,8 milhões de euros), o valor máximo alguma vez pago por um filme em Sundance.
Na categoria de documentário, Questlove venceu o grande prémio do júri e o prémio do público por Summer of Soul (... Or, When The Revolution Could Not Be Televised), sobre o festival cultural do Harlem, em Nova Iorque, que juntou mais de 300 mil pessoas no Verão de 1969, o mesmo que o do festival de Woodstock.
O também músico aceitou o primeiro dos prémios, o do público, por videochamada a partir do carro: “Esperem um minuto, isto é demasiado cedo. Nem sabia que era uma competição.”
“Estou assoberbado neste momento. O meu propósito foi apenas não desapontar e fazer com que as minhas pessoas ficassem orgulhosas de mim. Estou sem palavras”, afirmou.
Dentro das categorias de cinema mundial, os vencedores foram a co-produção dinamarquesa Flee, de Jonas Poher Rasmussen, na categoria documentário, e a co-produção kosovar Hive, de Blerta Basholli, na categoria drama.
No programa de curtas-metragens estava a co-produção portuguesa Espíritos e rochas: Um mito açoriano, da realizadora suíço-turca Aylin Gökmen, que não foi premiada.
A presente edição do festival dedicado ao cinema de produção independente arrancou a 28 de Janeiro e acaba esta quarta-feira. A mostra decorreu sobretudo online, com apenas algumas sessões em sala.