Olho para o espelho e percebo que a miúda que antes me costumava olhar de volta já não mora aqui. Confesso que tenho dificuldade em reconhecer a mulher morena de olheiras marcadas que me encara agora. Numa observação mais atenta percebo que preciso urgentemente de depilar o buço e que a zona circundante à minha boca se encontra cheia de pequenas borbulhas. Intencionalmente ignoro os pontos negros no nariz e a desgraça estética em que se transformaram as minhas sobrancelhas, mas sou incapaz de não me focar nos cabelos, marcados a meio pelo elástico que os prendeu durante as últimas seis horas e que lhes conferiu um formato de supertubo digno de ser surfado por qualquer Gabriel Medina desta vida.
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